A TAP anunciou esta semana que o mês de março não podia ter corrido melhor. A companhia aérea nacional sublinha que transportou mais de um milhão de passageiros no mês em questão, o que representa um aumento de 27% face ao mesmo mês do ano passado, que incluiu o aumento de tráfego gerado pela Páscoa. Isto significa que os números registados no mês de março deste ano não beneficiam do acréscimo da procura que costuma acontecer naquele que é, «tradicionalmente, um período forte para a operação».
No topo da lista das rotas com melhores desempenhos estão as norte-americanas do setor Atlântico Norte, que cresceram 168,4% em comparação com igual período do ano passado. Mas não só. A nota, enviada às redações, garante que «o tráfego nas rotas do Brasil registou também um aumento significativo do número de passageiros transportados». De resto, segundo os dados divulgados pela empresa, o crescimento de 19,8% dos passageiros na Europa e a subida de 49,1% em África «deram um contributo assinalável para o bom desempenho da TAP este mês».
A verdade é que, desde que a TAP começou a mudar com a entrada de acionistas privadas e uma posição do grupo HNA, a companhia tem apostado em novas rotas e em reestruturações que parecem estar a dar folgo não apenas à TAP, mas também à companhia aérea de David Neeleman, Azul, que finalmente conseguiu a tão desejada estreia na bolsa.
Não foi sequer à terceira, foi mesmo preciso ir à quarta. Mas a Azul conseguiu finalmente entrar na bolsa. No arranque das negociações valia 21,97 reais, mais 4,62% que os 21 reais por título a que o IPO foi consumado. A verdade é que esta operação permite um encaixe de 456 milhões de euros. Recorde-se que a Azul é uma das maiores companhias aéreas do Brasil, mas as contas estavam a ser, nos últimos anos, um problema.
A verdade é que documentos da DGN Corporation, a que o SOL teve acesso, mostravam que a empresa já apresentava prejuízos desde 2011, quando os valores negativos se fixavam nos 681 milhões. Uma realidade que se foi alterando durante o ano passado e que, hoje em dia, nada tem de semelhante.
De acordo com os dados mais recentes da companhia aérea, a Azul teve no ano passado um prejuízo líquido de 126,3 milhões de reais. Um valor que compara com o fecho do ano de 2015, quando a transportadora registou perdas de 1,07 mil milhões de reais. Mais: a receita operacional da transportadora de Neeleman, em 2016, foi de 6,67 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 6,6% em comparação a 2015.
Também nos lucros antes de juros e impostos se encontram diferenças. No ano passado, este lucro foi de 778,8 milhões de reais (233 milhões de euros). Um indicador que em 2015 estava negativo em 449,1 milhões.
As contas da TAP também melhoraram. De acordo com os dados divulgados em março pela empresa, a companhia aérea conseguiu interromper, no ano passado, dois anos de prejuízos: 2014, com 46 milhões de euros e, 2015, com 99 milhões. Em 2016, a TAP conseguiu então regressar aos lucros com 34 milhões de euros. Ou seja, o transporte aéreo teve lucros. No entanto, a TAP também revelou que a holding continua no vermelho por causa da manutenção no Brasil.