Pedro Mota Soares, que coordenou o projeto de resolução que irá a votos amanhã, diz que a preocupação do CDS foi a de fazer "um trabalho sério e aprofundado".
O resultado são 35 páginas com propostas para o aumento da competitividade das empresas, a Justiça, a Reforma do Estado, a Segurança, o SNS, a Segurança Social, a natalidade, a agricultura e o mar.
Além das ideias centristas alternativas ao Programa Nacional de Reformas do Governo, o CDS desmonta também os dados macroeconómicos do Programa de Estabilidade.
O CDS diz que o PIB cresceu menos em 2016 do que em 2015, as exportações também ficaram aquém do que aconteceu no último ano do anterior Governo e a dívida pública está a ter uma evolução mais negativa do que a da Irlanda ou da Espanha.
"Portugal está a ficar para trás", afirma Nuno Magalhães, que diz que não põe em causa o realismo das metas do Programa de Estabilidade apontado pelo Conselho de Finanças Públicas, mas sim o caminho para chegar a esses números.
"Oxalá que [os dados] sejam plausíveis. Agora é preciso é saber à conta de quê? Do aumento de impostos indiretos? De cativações?", questiona o líder da bancada centrista, que fala numa "austeridade encapotada".
"Há 20 anos que não tínhamos um investimento público tão baixo", nota Mota Soares.
De resto, um dos objetivos do CDS com este projeto de resolução é forçar a esquerda a votar os documentos que têm criticado.
"É bom que o país perceba quem é oposição e quem conforta este Governo", frisa Magalhães.