Ficam hoje definidos os primeiros dois semi-finalistas da Liga dos Campeões 2016/17. Na pole-position partem os compinchas de Madrid, Real e Atlético. Compinchas… como quem diz, claro: estamos a falar de arquirrivais, gente que não se pode ver para aí há uma eternidade. Neste caso, porém, existe uma enorme probabilidade de embarcarem de mãos dadas rumo à penúltima etapa antes da tão ambicionada final. O Real, recorde-se, venceu em Munique por 2-1 na primeira mão, com um bis de Cristiano Ronaldo – quem mais? Por seu lado, o Atlético porfiou, tentou, mas não conseguiu mais que um magro 1-0, num penálti batido sem hesitações pelo francês Griezmann. Chega para estar em vantagem – mas cuidado, porque o Leicester, já com a vida feita na Premier League, não tem nada a perder e já mostrou nesta edição da liga milionária que faz do seu Estádio King Power uma autêntica fortaleza – o Sevilha que o diga.
Mas é no Santiago Bernabéu que todos os olhos estarão postos a partir das 19h45. Porque o Real é o campeão europeu em título, porque o Bayern é também uma das equipas mais fortes do velho continente… e porque há Ronaldo, pois claro. Quer se queira quer não, goste-se ou odeie-se, o CR7 continua a ser o protagonista principal nos maiores palcos do mundo. Como mostrou em pleno Allianz Arena: andava arredado dos golos, mas quando o Real mais precisou, Ronaldo apareceu. Duas vezes. Nas competições europeias, já lá vão 100 golos. E os adversários estão bem conscientes disso.
“Deixar livre o Cristiano Ronaldo significa que ele vai fazer golo. Se lhe dás um metro de espaço em frente à baliza, ele marca-te um golo. São pequenos detalhes e que amanhã [hoje] vão ser outra vez muito importantes”, salientou ontem Carlo Ancelotti, agora treinador do Bayern, mas que ainda há três anos festejava a conquista da Liga dos Campeões ao comando do Real Madrid.
Lewandowski de volta Ronaldo vai estar em campo. É um facto. Bale, Pepe e Fábio Coentrão não. Também é factual: o craque galês e os dois internacionais portugueses ficaram de fora da convocatória de Zinedine Zidane – Bale e Pepe por problemas físicos, Coentrão por opção.
No último jogo para a Liga espanhola, em Gijón, Zidane rodou a equipa e um jogador em particular sobressaiu: Isco. Autor de uma exibição impressionante, o médio espanhol é agora forte candidato a entrar no onze para ocupar o lugar de Bale. Há, porém, outras hipóteses: Asensio (que entrou em grande nível na primeira mão, assistindo Ronaldo para o 1-2), Lucas Vázquez ou James Rodríguez.
No Bayern, Ancelotti pode finalmente respirar de alívio: Lewandowski está recuperado. Autor de 38 golos em 40 jogos esta temporada, o internacional polaco falhou os dois últimos encontros do conjunto bávaro, por lesão. E o Bayern não ganhou nenhum (1-2 com o Real e 0-0 em Leverkusen, para a Bundesliga). Coincidência? Dificilmente. Já Boateng e Hummels continuam em dúvida: o primeiro defrontou os merengues na primeira mão, mas ficou depois de fora do encontro em Leverkusen; o segundo nem foi opção em nenhum dos encontros. E com Javi Martínez castigado, depois de ter sido expulso em Munique (viu dois amarelos no espaço de três minutos, por duas faltas sobre Ronaldo), pode dizer-se que Ancelotti continua a ter aqui uma grande dor de cabeça…
A situação de Renato Sanches é que não suscita grandes dúvidas: o médio ex-Benfica voltará a ser suplente no Bayern. Contratação milionária dos bávaros para esta temporada (35 milhões de euros a pronto, num negócio que poderá ascender aos 80!), Renato soma 23 aparições esta época, mas um total de apenas 800 minutos. Na Champions, até já leva seis jogos (dois como titular), mas tudo indica que será mais uma vez figura de corpo presente… no banco bávaro no 24ª encontro entre Bayern e Real Madrid na mais empolgante competição mundial de clubes, num duelo iniciado em 1976. Dê por onde der, hoje cai um grande do futebol europeu.