Em entrevista à Antena 1, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, diz que BE e PCP podem ficar descansados em relação ao que o Governo planeia para o Orçamento do Estado para 2018.
E nem a omissão do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros, que ontem fez Mariana Mortágua exigir de Mário Centeno um esclarecimento, deve ser encarada como um sinal em sentido contrário.
"Mariana Mortágua teve um erro de percepção mútua", ironiza o governante à Antena 1.
"Tenho a convicção muito forte de que os próximos dois Orçamentos vão ser aprovados", assegura Pedro Nuno Santos, que diz que todas as exigências de BE e PCP estarão no próximo Orçamento, mesmo que todas sejam faseadas.
Ou seja, o IRS vai baixar, as reformas depois de 40 anos de contribuições vão ter menos penalização e as carreiras na Função Pública vão ser descongeladas, mas a um ritmo mais lento do que a esquerda desejaria por causa dos constrangimentos orçamentais.
Seja como for, o secretário de Estado garante que há sintonia entre o PS e os parceiros da esquerda.
"Não há nada que o Governo queira fazer que não tenha o apoio do PCP e do BE", a não ser que "comecemos a cortar salários, a cortar pensões, a privatizar o pouco que resta, a desregulamentar ainda a legislação laboral…aí os acordos ficavam em risco e não apenas por causa do PC e do Bloco, mas também por causa do partido Socialista", diz à jornalista Maria Flor Pedroso.
Regionalização não
O que o PS irá travar é o referendo à regionalização pedido pelo PCP.
"Não há condições políticas nesta legislatura" , afirma, explicando que "o PCP sabe disso", até porque é uma medida que precisaria do apoio do PSD para avançar com dois terços de deputados favoráveis à ideia.