"Há 70 anos que as Lajes têm sido um local estratégico, não só para projetar as forças de segurança norte-americanas, mas também para proteger os Estados Unidos, e esse continua a ser o caso, e será sempre o caso, a não ser que as ilhas desapareçam por qualquer razão", defende o membro do Partido Republicano dos EUA.
Daí que "qualquer estrangeiro perto dessa base não é boa ideia. É um local estratégico e não precisamos de ter ninguém por perto", salientou Devin Nunes à agência Lusa. "Estou muito preocupado sobre qualquer envolvimento externo não só nessa base, mas em qualquer outra do mundo", acrescentou.
O congressista republicano considera que o tema “muitas vezes isto fica confuso nos media", explicando depois que não há qualquer questão "com a Força Aérea e o número de pessoas que tem para fazer a missão". Segundo Devin Nunes, "o problema é que nos últimos oito anos, no processo de consolidação e 'downsizing', acabamos com as pessoas colocadas nos locais mais caros da Europa, quando as Lajes podem claramente albergar 2 ou 3 mil pessoas".
Para o membro do Congresso dos EUA, "isto não faz sentido financeiramente para o contribuinte norte-americano, e colocar em perigo essa localização estratégica é totalmente inaceitável". Os próximos passos, enquanto as autoridades norte-americanas estudam um plano geral de mobilização de recursos na Europa, passam por "trabalhar com o Governo português para manter essa localização estratégica e encontrar um plano para esse problema", disse.
O congressista assumiu esta posição surge na sequência de declarações sobre a expansão da China a nível económico em várias partes do mundo, nomeadamente nas ilhas açorianas. Em outubro de 2016, numa visita oficial à China, o primeiro-ministro português disse que "a base nos Açores é muito importante em termos militares, mas também em termos de logística e tecnologia e pesquisa nas águas profundas e de alterações” climatéricas.
"Claro que é uma boa oportunidade para criar uma plataforma de pesquisa científica e estamos abertos a cooperação com todos os parceiros, incluindo a China", respondeu António Costa à agência financeira Bloomberg, numa entrevista em Macau, sobre a utilização da base aérea pela China.
No entanto, o chefe do executivo salientou que "o uso militar da base não está em cima da mesa, o que está em cima da mesa é reutilizar a infraestrutura para fins de pesquisa".