"Não alterámos a posição de fundo do BE", assegura o deputado do BE, Pedro Filipe Soares, explicando que o relatório do grupo de trabalho da dívida foi feito no espírito de diálogo para alcançar "conclusões que pudessem ser aplicadas", sendo que "o BE teve 10% nas eleições" e não pode impor a sua opinião ao Governo.
À pergunta sobre se o que está no relatório é suficiente, Pedro Filipe Soares limita-se a responder que "esta proposta é importante".
Pedro Filipe Soares diz que o BE e o PS têm posições diferentes sobre o que pode ser alcançado através da negociação com a Europa, mas que o seu partido entendeu que era importante chegar a soluções que pudessem ser alvo de consensos dentro do grupo de trabalho.
"Somos mais céticos do que o PS sobre o contexto europeu", admitiu.
Em declarações aos jornalistas, o deputado do PCP Paulo Sá já tinha considerado que as ideias apresentadas pelo relatório "são micro-soluções" para o problema da dívida, uma vez que além de negociar juros e prazos os comunistas consideram ser essencial negociar montantes.
E no Facebook alguns comunistas atacaram o aparente recuo do BE, que agora aceita no relatório uma negociação com a Europa deixando de fora os credores privados e sem mexer nos montantes da dívida.
"Isto faz-me lembrar aquela anedota: tenho uma opinião mas não estou de acordo com ela", ironizou no Facebook o deputado António Filipe, enquanto Miguel Tiago partilhou um post sobre o facto de PS e BE deixarem "intocada" a dívida de privados no relatório.