No dia do seu aniversário, cinco anos depois da sua morte, Miguel Portas foi condecorado postumamente por Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da República.
A condecoração, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, realizou-se esta segunda-feira, no dia em que faria 59 anos, após proposta do primeiro-ministro, António Costa.
Miguel Portas, que também exerceu jornalismo, foi o primeiro eurodeputado eleito na história do Bloco de Esquerda, tendo falecido a 24 de abril de 2012, vítima de cancro.
Marisa Matias, hoje no Parlamento Europeu também pelo Bloco, elogiou a condecoração.
“Muito bem António Costa e Presidente”, escreveu nas redes sociais onde também deixou um convite para um tributo a Portas, a realizar hoje em Bruxelas.
“Cinco anos após Miguel Portas nos ter deixado, queremos ter a oportunidade de celebrar todo o seu trabalho e esforços em construir pontes, resistência e liberdade em todo o mundo, e relembrar que os nossos valores comuns de solidariedade, cidadania, democracia e paz”, escreveu Marisa.
Depois da notícia da condecoração, dada por fonte do Palácio de Belém à agência de notícias Lusa, o Bloco de Esquerda lançou um comunicado mais formal à imprensa em que considerava a condecoração como “um gesto certo e justo”.
“Miguel Portas foi um incansável combatente pela liberdade, que sempre a associou à justiça, ao diálogo intercultural e à emancipação de cada homem e de cada mulher. Travou esse combate em Portugal e foi um combatente sem-fronteiras. A liberdade concreta foi o horizonte de todo o empenhamento político, cultural e associativo de Miguel Portas, um artífice, como poucos, de pontes e de diálogos para todos os passos que a ela conduzissem. E foi assim porque Miguel Portas foi, acima de tudo, um homem imensamente livre e imensamente solidário”, escreveu o BE, salientando novamente a ideia de construir pontes presente na homenagem de hoje em Bruxelas que se concretizará no atelier Marcel Hastir – local simbólico da resistência ao regime nazi na Segunda Guerra Mundial.
“O Bloco de Esquerda associa-se por inteiro a esta atribuição da Ordem da Liberdade a Miguel Portas, assumindo o seu legado de arrojo e de mudança como exigência essencial para o nosso tempo”, concluí o comunicado.
Rui Tavares, historiador e fundador do Livre que foi eleito com Miguel Portas na lista do Bloco de Esquerda para o Parlamento Europeu, escreveu, também nas redes sociais: “Não há 1º de Maio que passe sem que eu me lembre que este era o dia do aniversário do Miguel Portas”.
No 1º de Maio de ontem, a presidência também não o esqueceu.