Em contagem decrescente para as eleições gerais agendadas para a setembro, o partido cristão-democrata de Angela Merkel venceu o segundo dos três atos eleitorais regionais deste ano, na Alemanha. No estado de Schleswig-Holstein, situado a norte do território alemão, a CDU destronou os sociais democratas e venceu a eleição de domingo, com 32% da totalidade de votos, contra 27,2% do SPD, o partido que governava aquela região coligado os Verdes e o SWW.
A percentagem de votos obtida pela CDU não chega, ainda assim, para poder liderar Schleswig-Holstein sem apoios – o candidato vencedor Daniel Günther está obrigado a formar uma nova coligação –, mas esta vitória tem um significado bem mais simbólico do que qualquer outro. Para o partido e para Merkel, o triunfo naquela região proeminentemente agrícola, com pouco mais de 2,8 milhões de habitantes, confirma o regresso do otimismo ao principal partido da direita moderada alemã, recuperado em março, com a conquista do estado do Sarre.
A CDU vinha de uma série preocupante de resultados eleitorais embaraçosos e tinha pela frente um renovado SPD, entusiasmado pela nova liderança de Martin Schulz – a oficialização da candidatura do ex-presidente do Parlamento Europeu ao cargo de chanceler criou uma onda de encantamento junto dos sociais democratas alemães, satisfeitos com a aproximação do partido a Merkel nas sondagens – e uma incómoda AfD, a plataforma de extrema-direita apostada em roubar votos à direita tradicional.
Novamente travado o “efeito Schulz”, com as vitórias nos pequenos territórios do Sarre e de Schleswig-Holstein, a CDU olha agora com confiança para a última eleição regional, na Renânia do Norte-Vestfália, a última paragem eleitoral antes das legislativas do final do verão. Com mais de 18 milhões de habitantes, o mais populoso estado da Alemanha vai a votos no próximo fim de semana e, de acordo com os analistas, o seu resultado pode ser um indicador interessante para o que poderá acontecer em setembro.
Na eleição deste domingo, os Verdes conseguiram 12,9% dos votos, o FDP logrou 11,5% e a AfD alcançou 5,9%. Todos conquistaram lugares no parlamento regional de Schleswig-Holstein, sendo que, para o partido anti-imigração, a entrada na assembleia é mesmo uma estreia neste estado. O Die Linke (3,8%) e o Partido Pirata (1,2%) não elegeram qualquer deputado.