O Ministério da Educação defende que chumbar os alunos dos anos de 5.º e 6.º anos de escolaridade a Matemática é ineficaz. Isto porque a elevada taxa de classificações negativas a matemática não está associada à recuperação da aprendizagem dos alunos.
A conclusão é de um estudo ontem divulgado pelo ministério de Tiago Brandão Rodrigues, a cargo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) que analisou o desempenho escolar dos alunos do 2.º ciclo no ano letivo 2014-2015.
Ao analisarem o desempenho apenas dos alunos que chumbaram, os peritos observaram que tanto entre os retidos no 5.º ano, como no 6.º ano, “uns esmagadores 97% tiveram aproveitamento insuficiente a Matemática”.
O ministério insiste ainda que há uma correlação entre um baixo nível socioeconómico e os fracos desempenhos escolares, sendo, por isso, necessário reforçar “autonomia e flexibilidade” nas escolas.
Para recuperar os alunos com maus resultados, a tutela entende que é necessário intervir aos primeiros sinais de dificuldades e que se possa gerir o currículo das disciplinas de acordo com os diferentes contextos, tendo em conta as “metodologias adequadas em função de necessidades específicas” dos alunos.
Foram analisadas as classificações finais nas nove disciplinas obrigatórias: Ciências Naturais, Educação Tecnológica, Inglês, Educação Física, Educação Visual, Matemática, Português, História e Geografia de Portugal e Educação Musical.
De acordo com os resultados, 30% dos alunos do 6.º ano teve negativa a Matemática no final do ano, sendo sem surpresa a percentagem de insucesso mais elevada entre todas as disciplinas, seguindo-se Inglês, com 15% de negativas. No reverso surge Educação Física, disciplina em que “2% dos alunos não obteve classificação positiva”, lê-se no documento.
O relatório diz ainda que a disciplina de Português foi aquela em que os professores menos atribuíram a nota máxima de cinco, tanto no 5.º como no 6.º ano.
Os dados indicam também que 61% dos alunos do 6.º ano obtiveram positiva a todas as disciplinas, o mesmo se passando com 65% das crianças no 5.º ano no que diz respeito à classificação final.
Entre os alunos que transitaram do 5.º para o 6.º ano em 2014-15, “uma fração substancial de 30% fê-lo com classificação negativa a pelo menos uma disciplina, fração esta que sobe para 34% entre os alunos que transitaram do 6.º para o 7.º ano”, observam os autores do estudo.