Katherine e Mario nunca tinham andado de avião. Vieram de Myanmar para conhecer Fátima, inspirados pelo padre George. Ao lado, o homem vestido de negro apresenta-se como o diretor espiritual do grupo, devoto de Maria. Tanto que é a sexta vez que está no santuário português, de onde nunca sai sem umas “15 a 30” imagens de Nossa Senhora de Fátima, para distribuir pelos paroquianos de Lashio, uma cidade de 130 mil habitantes no nordeste do país.
Depois, alguns começam a pedir para vir com ele, como o casal sorridente que tira fotografias em frente ao altar do santuário. De que gostaram mais até agora?, perguntamos. “De ver tanta gente”. George, de 45 anos e sacerdote há 19, explica. “A Birmânia é budista e por vezes ainda existe alguma discriminação. Para termos grandes manifestações católicas é preciso pedir permissão”.
A viagem é a concretização de um sonho para Katherine e Mario, de 62 e 65 anos. Puseram na cabeça que haviam de vir ao centenário das aparições e estiveram os últimos quatro anos a poupar. Além do ambiente, estão a gostar da comida, sobretudo do pão que acompanha as refeições. “Lá o que temos sempre à mesa é arroz”.
George conta ter lido sobre Nossa Senhora de Fátima em livros e desde então decidiu pregar a mensagem. “Pediu para rezar o rosário pela paz no mundo, o que para nós é ainda mais especial”.