Tem dez semanas, chama-se Carminho e já levou um beijinho do Papa. A família de Braga chegou a Fátima na quinta-feira para ver Francisco. Paula Almeida, a mãe que hoje faz 38 anos, contou ao i que, como não era certo quando nasceria a filha, nem fizeram reservas com antecedência. Mas quando viram que dava para vir, conseguiram casa para ficar. E hoje mãe e filha arranjaram forma de avançar pelo meio da multidão no recinto do santuário para apanhar o Papa na despedida. “Foi difícil, mas as pessoas quando querem são muito generosas.” Conseguir uma bênção do Papa, também por ele ser jesuíta e eles pertencerem a um movimento de leigos ligado a esta ordem, foi o motivo.
Quando o Papa estava a passar, um voluntário no local mostrou-lhe a criança e Francisco pediu para parar o papamóvel para a cumprimentar. Em menos de nada, seguiu caminho até ao alto do recinto. Ao lado de Paula e da filha, uma mulher chorava de emoção, por ter estado tão próximo. E também pelo cansaço: para muitos dos que encontraram lugar junto às barreiras, foram duas noites ao relento, a primeira sempre a chover e esta com muito frio.
Nos espaços da sala de imprensa, uma das ideias que circularam desde que o Papa chegou era que Francisco parecia mais sério do que o esperado. Os encontros de Francisco com crianças acabaram por estar entre os mais espontâneos.
Logo pela manhã, ao chegar à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, Francisco foi interpelado por um grupo de funcionários do santuário com filhos pequenos. Carlota, de dois anos, protagonizou um dos momentos mais inesperados. Ofereceu a Francisco um “solidéu”, a cobertura para a cabeça usada pelo Papa e pelos bispos. Francisco colocou-o na cabeça, mas devolveu-o. Segundo o i apurou, a cobertura vai ficar no museu do santuário.
Já na missa, apareceu pela primeira vez Lucas, o rapaz de nove anos de nacionalidade brasileira que sobreviveu às lesões provocadas por uma queda de seis metros em 2013, depois de a família e de uma comunidade religiosa ter rezado a pedir a intercessão de Jacinta e Francisco, agora santos. Lucas subiu ao altar de mãos dadas com a sua mãe e com a irmã Ângela Coelho, a responsável pelo processo que levou à canonização dos dois pastorinhos. A fotografia que registou o momento mostra Lucas e Francisco a rirem um para o outro. Pode vê-la aqui.