PGR abre dois inquéritos à venda de obrigações do Novo Banco

Em causa está um alegado crime de abuso de informação privilegiada, uma vez que, esses dados só estariam nas mãos dos do Banco de Portugal.

A Procuradoria-Geral da República abriu dois inquéritos, depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter comunicado suspeitas de crime num negócio feito dias antes de o Banco de Portugal transferir 2,2 mil milhões de obrigações do Novo Banco para o BES. “Confirma-se a receção de duas participações da CMVM, as quais deram origem a dois inquéritos. Estes inquéritos encontram-se em investigação e não têm, de momento, arguidos constituídos”, revela ao i, fonte da PGR.

Em causa está um alegado crime de abuso de informação privilegiada, uma vez que, esses dados só estariam nas mãos dos do Banco de Portugal, avançou ao final do dia o Eco.

Que obrigações são essas? Depois de falhada a primeira tentativa de venda do Novo Banco, o Banco Central Europeu (BCE) exigiu um reforço de capitais da instituição, na altura ainda presidida por Eduardo Stock da Cunha.

Nessa altura, a entidade liderada por Carlos optou por transferir cinco séries de obrigações do Novo Banco para o BES, que entrou depois em processo de liquidação.

A verdade é que o valor investido nessas obrigações era de 1.985 milhões de euros e a perda da maior parte desse dinheiro já levou alguns obrigacionistas a avançarem com um processo no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa para tentarem travar a venda do Novo Banco.