O ministro-adjunto Eduardo Cabrita afirmou esta quarta-feira, durante as Conferências do Estoril, que é um “governante privilegiado” e que o nosso país está “do bom lado da História”.
“Sou um governante privilegiado, venho de um país onde a questão das migrações e dos refugiados não é um tema de controvérsia política. Sobre esta matéria, nunca encontrei no Parlamento uma voz xenófoba ou populista, que dissesse que Portugal não deve receber refugiados e deve fechar a porta a migrantes. Debatem-se questões relacionadas com a forma como podemos melhorar certos aspetos, mas diria que estamos do bom lado da História”, afirmou o político português, durante uma conferência intitulada ‘Migração Global, Responsabilidade Global’.
Cabrita afirmou que este é um tema que tem muito a ver com a realidade portuguesa, pois “muitos afirmam que Portugal inventou a globalização no século XVI”. O ministro-adjunto lembrou também os fluxos migratórios que levaram muitos portugueses a sair do país em meados do século XX. “Aquilo que os portugueses fizeram nos anos 60, quando procuravam liberdade e/ou melhores condições de vida e iam para França, para a Alemanha e outros países, em navios precários, era de facto emigração ilegal. É por isso que Portugal, relativamente às questões das migrações e dos refugiados, tem uma perspetiva de abertura, tolerância, uma posição assente numa visão de respeito, de afirmação ativa da interculturalidade”, defendeu o governante.
Para além de existir esta identificação histórica, Cabrita afirmou que Portugal é dos países que melhor acolhe migrantes: tanto de países lusófonos, como de novos destinos, como as comunidades ucraniana e moldava, ou refugiados vindos do Médio Oriente. “Portugal é, ao lado da Suécia, considerado um dos dois países da Europa que melhor integra os seus migrantes”, relembrou o ministro, reforçando a ideia de que Portugal está “comprometido” no esforço global de recolocar os refugiados que têm chegado à Europa: o nosso país é o quinto dos 28 países com maior número de refugiados recolocados, que estão espalhados por 91 municípios de norte a sul de Portugal.