Arranca hoje mais uma operação da Guarda Nacional Republicana de combate à condução sob o efeito de álcool e drogas. Até quarta-feira, a fiscalização será particularmente reforçada nas vias onde costumam ser detetadas mais infrações. Sem identificar os troços em causa, o major Bruno Marques, das relações públicas da GNR, adiantou ontem que este tipo de ocorrências são mais comuns nas estradas nacionais e vias de acesso a estabelecimentos de diversão noturna, vias onde haverá mais patrulhamento do que o habitual durante esta operação.
A ação dá pelo nome de Tispol – Alcohol and Drugs, uma vez que se insere numa campanha internacional deste organismo europeu que congrega todas as polícias de trânsito da Europa e no qual a GNR é a representante nacional. Surge numa altura em que o balanço não é totalmente negativo: nos primeiros cinco meses do ano verificaram-se menos 934 infrações por condução sob o efeito de álcool acima do permitido por lei – menos 9% do que em igual período de 2016.
Ainda assim, os dados fornecidos pela GNR revelam que estas continuam a ser infrações frequentes nas estradas portuguesas. Desde o início do ano foram submetidos ao teste de alcoolemia cerca de 505 mil condutores, sendo 9315 apanhados com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5 gramas/litro de sangue – 0,2 gramas/litro no caso de condutores com carta há menos de três anos.
A informação disponibilizada pela Guarda Nacional Republicana para os primeiros cinco meses do ano revela que o distrito de Aveiro registou, até à data, o maior número de infrações (1143), seguindo-se Faro (1100) e Braga (979).
No extremo oposto surgem os distritos de Portalegre, Évora e Bragança, mais pequenos, com 100, 130 e 153 infrações, respetivamente. No ano passado, no mesmo período, Braga foi o distrito com mais infrações registadas (1249), seguindo-se mais uma vez Faro (1192), e Aveiro surgia na terceira posição, com 1195 infrações, até mais do que este ano. O distrito passou este ano a ocupar a primeira posição nas infrações depois de as ocorrências em Braga e Faro terem diminuído de forma mais expressiva face aos números do ano passado.
Quatro em cada dez condutores apanhados este ano pela GNR com álcool a mais no sangue tinham mesmo um teor de alcoolemia igual ou superior a 1,2 gramas/litro, o que configura crime. Ao todo, a GNR informa que até 2 de junho foram detidos 3860 condutores por este motivo.
O perigo do álcool ao volante Segundo os últimos dados disponibilizados, em 2015 registaram-se 142 vítimas mortais de acidentes de viação sob a influência do álcool (TAS ≥ 0,5g/l). Cerca de três quartos (77%) eram condutores, 17% peões e 6% passageiros. Neste ano, os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária revelam 593 vítimas mortais de acidentes na estrada, pelo que o álcool terá estado presente em cerca de um quarto dos casos. No ano passado, um estudo divulgado pela Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) conclui que conduzir sob o efeito de álcool aumenta em 140 vezes o risco de sofrer um acidente fatal.
Os dados sobre a condução sob efeito de drogas são mais escassos, sendo infrações menos recorrentes. Têm sido detetado menos de 100 casos por ano.