«O talento é construído em silêncio, o caráter no fluxo da vida humana».
Goethe
CR7 é, sem dúvida, uma marca portuguesa que se distingue nos quatro cantos do mundo e que encerra em si valores de nomeada.
A saber: qualidade, competência, profissionalismo, mérito, trabalho, esforço, inovação, etc. Mas também humanismo, solidariedade e culto da saúde. Tudo valores positivos que distinguem os melhores, os que triunfam por mérito próprio, em concorrência difícil, onde uma simples distração pode deitar tudo a perder.
Na aldeia global de Tofler, na sociedade aberta, no globalismo, no tempo do homo comonicatus, em que os mais de 7 mil milhões de seres humanos distribuídos por 200 Estados têm o mundo à distância de um clique, os países e as marcas concorrem ferozmente entre si.
E estas, para além de serem importantes económica e financeiramente, são também relevantes em termos de imagem e de simbologia, somando credibilidade e atratividade aos seus países e às organizações a que estão associadas (no caso de Ronaldo, Portugal, Real Madrid, Nike, Tag Heur, etc.).
Há poucos dias, em conversa com um amigo português que é quadro superior de uma multinacional americana, contava-me ele que tem percebido e sentido, na sua atividade profissional quotidiana, o quanto CR7 é um embaixador da qualidade, competência, mérito, rigor, esforço.
Esse meu amigo contou-me vários exemplos do que CEOs, presidentes de várias organizações de topo europeu e mundial, dizem e valorizam quando sabem que ele é português – ou seja, do país de Cristiano Ronaldo.
Num mundo cada vez mais global e competitivo, um país como o nosso ter esta marca e outras (como, de certa forma, é também José Mourinho) é muito positivo. E isso leva-me a enfatizar a importância do desporto e sobretudo do futebol, interna e externamente.
É só estudar os números e percebermos o quanto aquilo a que poderemos chamar ‘economia do futebol’ conta para Portugal. Postos de trabalho (diretos e indiretos), receitas públicas geradas, captação de capitais estrangeiros, etc. Com exceção (ainda…) da nossa prestação em Jogos Olímpicos, Portugal tem vindo a assumir-se como uma potência desportiva, especializada em algumas modalidades – e, em particular, o futebol.
É só vermos a quantidade de treinadores portugueses que estão no topo do futebol mundial. Esta última época é elucidativa quanto a isto, com vitórias em países de quatro continentes.
Entre treinadores e jogadores de futebol, há quase 50 portugueses que venceram troféus. Destaco uma dúzia deles, que os alcançaram em países como Espanha, Inglaterra, França, Alemanha ou Rússia. Aliás, Portugal encontra-se no quinto lugar do ranking da UEFA e em sétimo no da FIFA (sendo, neste, o quarto país europeu).
Para além de jogadores como Ronaldo, Nani, André Gomes, Pepe, Ricardo Quaresma, João Moutinho, Bernardo Silva, João Mário e Renato Sanches, e de treinadores do nível de José Mourinho, André Villas-Boas, Leonardo Jardim, Paulo Fonseca ou Jorge Jesus, entrámos já na fase da ‘exportação’ de dirigentes e secretários técnicos. Para além de Luís Figo, Tiago e Antero Henrique, outros portugueses começam a ser contratados para clubes de elite do futebol.
Hoje, temos um futebol mais organizado em Portugal. Reconheça-se que a Federação Portuguesa de Futebol tem, a par dos clubes, muito mérito nisso.
Fernando Gomes é um bom presidente da Federação. Muitos destes sucessos devem-se a si e às suas equipas. Até a coragem recente de fazerem aprovar medidas contra a corrupção e a favor da transparência no futebol. Bem como outras decisões, como a introdução do vídeo-árbitro.
Hoje o futebol em Portugal já tem boa imagem, mesmo em setores sociais onde esta era negativa. As famílias no futebol são cada vez em maior número. E Fernando Gomes e a Federação têm muito a ver com este novo paradigma, onde nomes como Fernando Santos e outros protagonistas do futebol são mais-valias.
E onde José Mourinho e Cristiano Ronaldo são quase extraterrestres, que para além de protagonistas do futebol mundial são embaixadores do Portugal que funciona, moderno, competitivo e talhado para marcar a agenda da atratividade e competitividade mundial.
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