Inês César, a sobrinha de Carlos César, foi contratada pela Gebalis, uma empresa da Câmara Municial de Lisboa, e ao que o i apurou não foi sequer sujeita a entrevista de emprego.
O clã César é profícuo em serviço público, na medida em que mulher, filho, irmão, cunhada e agora sobrinha têm todos o Estado português como patrão.
O caso de Inês César foi primeiramente exposto no “Observador”, numa investigação de Rui Pedro Antunes, que evidenciava que a socióloga aufere agora um vencimento bruto de 1.521 euros mensais, um valor superior ao de 73% dos seus colegas na empresa de gestão de bairros sociais.
Aos 25 anos de idade, a sobrinha do líder parlamentar do PS foi para a Gebalis vinda de um cargo de assessora na junta de freguesia de Alcântara, a qual, assim como o executivo camarário lisboeta, está sob alçada do Partido Socialista. O contrato com a junta do PS é de 2016 e está publicado no portal Base como terminado em janeiro de 2017 – precisamente quando a socióloga rumou à Gebalis.
A comissão de trabalhadores da empresa municipal, conta também o “Observador”, tem questionado a administração liderada por Pedro Pinto Jesus, que era antes adjunto de Duarte Cordeiro, socialista, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Em resposta a questões lançadas pela investigação citada, a Gebalis respondeu que “desde 2008 que a Gebalis, EM, SA tem implementado um procedimento criterioso de recrutamento de pessoal, por concurso. Os contratos individuais de trabalho, em vigor na empresa, cumprem todos os requisitos legais. Em matéria de recursos humanos importa ainda transmitir que a empresa cumpre igualmente com todas as imposições legais a que está obrigada, nomeadamente a Lei do Orçamento de Estado. A Gebalis encontra-se sujeita ao código dos contratos públicos, cumprindo na íntegra todas as imposições do mesmo, pautando-se por uma política de boa gestão, responsabilidade, transparência e rigor”.
E os filhos dos jornalistas? Pergunta o PS
O Partido Socialista reagiu, sob as teclas do deputado Ascenso Simões, que no Twitter escreveu: “Os parentes de figuras públicas só podem ser pedintes […]. O país está tão mal que nenhum jornalista pode ter um filho jornalista […]. Solidário com Carlos César”.
As restantes redes sociais também reagiram comicamente e em força. Um internauta, eventualmente em busca de emprego, escreveu um anúncio em jeito de piada que se tornou viral na internet. Dizia então: “Procuro alguém solteiro da família do Carlos César para relação séria”.
Sobre o caso, um deputado da oposição contactado pelo i ironiza: “Diz o ditado que “à mulher de César não basta ser, tem também que parecer”. Quem o profere costuma esquecer o nome da dita mulher de César. Chamava-se Pompeia. E Pompeia, recorde-se, ardeu”.