Enfermeiros especialistas exigem salários correspondentes às funções exercidas

Profissionais queixam-se de mais de uma década de discriminação 

Cerca de dois mil enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia ameaçam parar funções como profissionais especializados se continuarem a receber como enfermeiros de cuidados gerais.

Em comunicado lê-se que mais de 30 Conselhos de Administração de centros de saúde e hospitais foram alertados para o facto de que estes profissionais “a partir de 3 de Julho de 2017 apenas prestarão cuidados de enfermagem gerais”. Os enfermeiros garantem que “estarão presentes nos seus locais de trabalho, cumprindo todas as exigências de segurança e qualidade que a sua profissão impõe, mas desempenhando apenas as funções para as quais foram contratados e pelas quais são pagos”.

Os Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (EESMO) uniram-se num movimento nacional – Movimento EESMO, com o objetivo de “terminar com as injustiças de que são alvo há mais de uma década por sucessivos governos”. Garantem que exercem funções de enfermeiros especialistas, mas são remunerados como enfermeiros de cuidados gerais.

Segundo o comunicado lançado esta semana, são mais de 2000 os enfermeiros portugueses com o título de Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, reconhecido e atribuído pela Ordem dos Enfermeiros.

O âmbito do exercício das suas competências especializadas abarca, por exemplo, a vigilância da gravidez (normal e de risco), o planeamento familiar, a saúde da mulher, interrupção da gravidez, assistência no trabalho de parto e parto, urgências e emergências obstétricas, cuidados no pós-parto e amamentação.

Estes enfermeiros para além de uma licenciatura em Enfermagem, frequentaram também um curso de especialização, que na atualidade confere o grau académico de Mestre, esclarecem.