Incêndio de Pedrógão Grande é o mais mortífero de sempre em Portugal [fotos]

Em 1966 morreram 25 militares no combate às chamas no mesmo incêndio, em 2003, os vários incêndios espalhados pelo país mataram mais de duas dezenas de pessoas. Números muito aquém da tragédia de Pedrógão Grande, cujo número de mortes ainda pode aumentar.

Pelo menos 58 pessoas morreram e outras 59 ficaram feridas no incêndio de Pedrógrão Grande, distrito de Leiria, que deflagrou sábado ao fim da tarde.

O incêndio é já o mais mortífero desde que há registo em Portugal, e o número de vítimas mortais provavelmente irá aumentar.

Em 1966 morreram 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz quando tentavam combater as chamas de um incêndio de grandes dimensões na Serra de Sintra.

Em 1985, em Armamar, no distrito de Viseu, morreram 14 bombeiros, sendo que vários eram da mesma família, na sequência de um incêndio.

Um ano mais tarde em Águeda, Aveiro, um fogo provocou 16 vítimas mortais, 13 deles bombeiros. O incêndio consumiu 8500 hectares de floresta.

Em 2003, morreram mais de duas dezenas de pessoas, um deles era um autarca que estava a combater as chamas e oito eram bombeiros de várias corporações.

Dois anos depois, a área ardida de floresta chegou aos 325 mil hectares e 16 bombeiros morreram no combate às chamas. Em 2006, cinco bombeiros chilenos morreram num incêndio na Guarda.

Mais recentemente, em 2012 quatro bombeiros e dois civis perderam a vida na sequência de incêndios. Esse ano houve registo de centenas de fogos.

Um ano mais tarde, essas centenas de incêndios virão o seu número aumentar para cerca de sete mil. Em 2013, houve nove vítimas mortais, oito deles bombeiros.

O ano passado, O Governo foi obrigado a pedir ajuda à União Europeia para fazer face aos incêndios na Madeira, que provocaram três mortos e destruíram 37 habitações.

O número de mortes na sequência do fogo de Pedrógão Grande é mais do que o dobro do da Serra de Sintra, que era até agora visto como a maior tragédia de incêndios em Portugal. No último balanço, o secretário de Estado da Administração Interna atualizou o número para 58 vítimas mortais, sendo que deverão ser todas civis.