Embora reconheça que ainda é o "tempo do luto e da palavra solidária", "da quietude e do recolhimento", Assunção Cristas afirmou hoje que chegará o tempo "das perguntas e das respostas, das responsabilidades políticas e técnicas, dos esclarecimentos e do apuramento das razões". E o luto também se ajudará a fazer com essa verdade, defendeu.
"A busca de respostas é uma exigência do respeito a todos os que hoje sofrem: o Estado, o Parlamento, todos nós temos de procurar e havemos de procurar essas respostas para que nenhuma pergunta fique sem ser respondida", continuou a centrista, na sessão evocativa pelas vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande.
Cristas pediu ainda consensos duradouros numa ação que venha a prevenir e solucionar crises do género. "Uma ação que parta do Portugal que temos para o Portugal a que queremos chegar. Uma ação que sabe que as alterações climáticas tornam o clima no nosso maior inimigo e por isso os esforços têm de ser redobrados. Uma ação que se foca na sensibilização para a mudança de comportamentos humanos, que estão na origem da esmagadora maioria dos incêndios. Uma ação que encontre modelos eficazes e coordenados de prevenção e combate. Uma ação que a todos convoque em torno de consensos estáveis e duradouros", pediu a líder do CDS-PP que salientou que "o clima é o nosso maior inimigo".
Cristas não deixou também de agradecer o apoio da União Europeia e de países vizinhos, precisamente depois de Jerónimo de Sousa, do PCP, ter acusado a integração europeia de ter um papel nas causas dos incêndios.
Ambos os líderes políticos estarão no funeral do bombeiro voluntário de Castanheira de Pêra, às 18h00 de hoje.