De acordo com o responsável, a procura deverá aumentar um terço nas próximas décadas, mas o que é novo é o aumento da oferta, em especial com a exploração de petróleo de xisto nos EUA. “Temos uma oferta abundante. É um facto da vida”, disse Robert Dudley no Congresso Mundial do Petróleo (CMP), em Istambul.
A oferta tem empurrado para baixo os preços do crude, actualmente a 45 dólares por barril. No último CMP, em Moscovo, em 2014, o preço do barril de petróleo estava nos 108 dólares. “Temos petróleo e gás suficientes para mais meio século só com as nossas reservas conhecidas. E há muito mais no mundo”, disse Dudley, que deu como exemplo as reservas de xisto da Argentina, Argélia e China ainda por explorar.
Entretanto, depois do Acordo de Paris de combate às alterações climatéricas definir metas para a redução de emissões de CO2, “as grandes petrolíferas precisam de se adaptar a um mundo de baixo carbono”, acrescentou. “Estes são dois grandes desafios. Não há soluções rápidas”, disse Dudley.
“A História mostra que a nossa indústria enfrentou estes desafios muitas vezes antes e foi bem-sucedida”, afirmou, ao mesmo que tempo que avisou que uma “repetição” das soluções do passado é insuficiente. “As novas questões precisam de novas respostas”, disse o CEO da BP
O responsável argumenta que as soluções virão das empresas de energia que mostrem excelência, fiabilidade e segurança na sua atividade. Segundo Dudley, a BP aprendeu muitas lições desde o desastre do Deep Horizon em 2010. As empresas têm também de assegurar a sustentabilidade dos recursos incluindo o uso do gás natural e das renováveis no mix energético.
O crescimento das renováveis é exponencial, mas o “senso comum diz-nos que a redução das emissões não depende apenas das renováveis”. Segundo Dudley estão assim sublinhadas as vantagens do gás natural como uma fonte de energia relativamente limpa e abundante. “Há uma transição da energia a decorrer e nós vamos fazer parte dela”, disse o CEO da BP, citado pela agência AFP.