O governo israelita começou esta terça-feira a retirar parte dos controlos de segurança no pátio mais sagrado de Jerusalém Leste e que nas últimas duas semanas causaram uma espiral de violência que resultou em quase dez mortos e dezenas de feridos. Outras medidas de segurança continuarão em vigor e não é certo que os confrontos entre palestinianos e israelitas vão cessar.
A decisão surge passados dias de confrontos em Jerusalém Leste, Cisjordânia e países como a Jordânia, por exemplo, onde no domingo um segurança foi atacado na embaixada israelita de Amã por um jordano que protestava as medidas de segurança no Pátio das Mesquitas, onde se situam alguns dos mais sagrados símbolos para ambas as religiões judaica e muçulmana.
O governo de Benjamin Netanyahu instalou detetores de metal nas entradas para o Pátio das Mesquitas dois dias depois de um grupo de árabes israelitas terem matado dois polícias no local – a que os judeus chamam Monte do Templo –, que faz parte da cidade velha e de Jerusalém Leste, ocupadas pelos israelitas depois da guerra de 1967.
O Pátio das Mesquitas é um território sensível para o mundo muçulmano. Lá situa-se a terceira mais importante mesquita no islão e só muçulmanos podem rezar no seu interior. Os reforços ao domínio israelita – não reconhecido e protestado pelas Nações Unidas – tendem a incitar ondas de violência como as das últimas semanas.
Depois da morte dos dois polícias, um jovem palestiniano matou três colonos judeus na Cisjordânia. Nesse mesmo dia, as forças de segurança israelitas mataram três palestinianos nos confrontos que se seguiram às grandes rezas de sexta-feira. Um dia depois, no sábado, um outro jovem muçulmano foi morto. No domingo ocorreu o ataque em Amã.
O governo israelita afirma, no entanto, que vai manter no local câmaras de vigilância sofisticadas que instalou depois dos detetores de metal, o que pode fazer com que a contestação palestiniana prossiga nos próximos dias. Estes dispositivos estão equipados com tecnologia de reconhecimento facial.