O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou este sábado um novo rol de sanções à Coreia do Norte, punindo o disparo de dois mísseis intercontinentais em julho, que marcaram um importante desenvolvimento nas ambições militares da dinastia dos Kim. Trata-se do sétimo conjunto de sanções à Coreia do Norte desde 2006.
As novas sanções atingem as exportações norte-coreanas de minerais e pescas acima do valor de mil milhões de dólares, para além de limitarem o investimento estrangeiro no país, duas áreas económicas que já foram atingidas no passado pela ONU mas que, tal como outras sanções, pouco afetaram os programas nuclear e balístico de Pyongyang.
A moção deste sábado foi aprovada na unanimidade e é considerada uma das mais severas dos últimos anos. Apesar disso, é pouco provável que as novas sanções afetem substancialmente a capacidade de o regime norte-coreano conduzir os seus projetos militares, que considera vitais para a sua sobrevivência.
A China votou com os restantes membros do Conselho de Segurança, mas é o seu comércio de minerais e sobretudo de carvão com o regime norte-coreano que lhe garante os mais importantes canais para a sua sustentabilidade. Pequim já reduziu a importação de carvão, mas não o suficiente para causar o descalabro do regime.
Os dois engenhos disparados em julho foram os primeiros com capacidade de longo alcance. O último disparo, realizado durante a noite e numa região próxima da fronteira sul com a China, pareceu ter capacidades para atingir grande parte do território americano, muito embora ainda não consigam transportar ogivas nucleares.
Kim Jong-un aumentou substancialmente as capacidades militares do regime criado pelo seu avô e que sob o comando do seu pai construiu a sua primeira bomba nuclear, multiplicando por várias vezes o número de testes.