No primeiro frente-a-frente dos candidatos à Câmara de Lisboa, Teresa Leal Coelho (PSD), Assunção Cristas (CDS-PP), João Ferreira (CDU) e Ricardo Robles (BE), criticaram a gestão de Fernando Medina (PS), em temas como a habitação, o turismo e mobilidade
Além disso, a visão estratégica da autarquia para os transportes na capital também foi muito criticada.
Foram várias as propostas que estiveram ‘em cima da mesa’.
Fernando Medina, candidato à Câmara Municipal de Lisboa pelo PS
"Defini um conjunto de prioridades que são, no fundamental, três: prosseguir o dinamismo atual da cidade, que está a recuperar bem da crise por que passámos; resolver os chamados problemas pesados, sendo o principal a questão dos transportes públicos – o Estado central não realizou na área metropolitana de Lisboa ou na cidade de Lisboa a estratégia que precisávamos. A nossa bandeira central passa pelos investimentos a nível metropolitano para melhorar a mobilidade, pelos investimentos no Metro que dependem da administração central; promover a habitação e o acesso à habitação. Este dinamismo económico agudizou um problema na cidade que é o aceso à habitação."
João Ferreira, candidato à Câmara Municipal de Lisboa pela CDU
"Estamos a fechar um ciclo de dez anos de governação do PS. Oito desses dez anos esteve com maioria absoluta e os lisboetas são chamados a fazer um balanço. Não partimos de uma posição de que foi tudo mau feito nestes 10 anos. Muitas coisas que foram bem feitas tiveram na sua origem iniciativas da CDU. Eu não partilho da apreciação que é feita em relação ao desenvolvimento económico da cidade, ao longo desta década experimentamos uma certa erosão da base económica. Alguns referem-se à monocultura do turismo. Houve setores da base económica da cidade que entraram num declínio profundo ao longo destes anos: comércio tradicional, perdeu o único porto de pesca que existia no estuário do Tejo, evolução muito negativa que existiu da habitação nacional dependeu de políticas nacionais com responsabilidades do PSD e CDS que são pesadas. Nada foi feito ao longo destes 10 anos para promover o acesso à habitação daqueles que se viram empurrados para fora de Lisboa".
Teresa Leal Coelho, candidata à Câmara Municipal de Lisboa pelo PSD
"O principal problema é este movimento de saída de Lisboa que aconteceu nos últimos anos. Lisboa tem perdido muita população, as pessoas que querem viver em Lisboa não conseguem devido às políticas que foram seguidas pelo atual Executivo camarário. Há aqui um problema mesmo dramático: com a saída sucessiva de pessoas da cidade de Lisboa a demografia envelheceu extraordinariamente".
Assunção Cristas, candidata à Câmara Municipal de Lisboa pelo CDS
"As grandes questões da cidade para nós são a mobilidade e a política social, e isso prende-se com a questão da habitação. População envelhecida e famílias com muito poucas crianças. Precisamos de ter pessoas de todas as idades, de todas as condições sociais, precisamos de trabalhar em muitas políticas e, certamente, em políticas de apoio à natalidade e nas creches – o concelho de Lisboa é de todo o país que está pior ao nível de creches, o que é uma promessa de António Costa que ficou por cumprir. Há o problema dos mais idosos que precisam de uma rede de cuidadores de proximidade. A solução não pode ser a institucionalizar as pessoas em massa. O PS na autarquia não teve nenhuma política de habitação durante dez anos."
Ricardo Robles, candidato à Câmara Municipal de Lisboa pelo BE
"A prioridade das prioridades em Lisboa é a habitação, sem dúvida. Temos de olhar para os últimos dez anos e fazer o balanço: o que é que foi feito? Temos também que olhar para as candidatas da Direita para a lei do aumento das rendas – da responsabilidade da candidata Assunção Cristas no governo de Passos Coelho – e perceber que esse foi o maior ataque aos moradores e ao direito à habitação nas cidades do país. Os despejos, o aumento das rendas, são tudo problemas para quem gosta de viver na cidade de Lisboa e que foi expulsa por causa desta lei."