Durante 20 anos foi todo-poderoso na Câmara de Gondomar. Ficou famoso nos anos 90 do século passado por ter feito uma campanha autárquica onde, segundo diz a lenda, até oferecia frigoríficos e outros eletrodomésticos. Era conhecido apenas como “o major”, cognome que já vinha dos tempos em que dirigiu o Boavista Futebol Clube.
Valentim Loureiro, impedido de se candidatar nas últimas autárquicas, agora vai até ao fim – embora sem lista para a Assembleia Municipal. O Tribunal Judicial da Comarca do Porto rejeitou por duas vezes a lista que apresentou, mas o major avança na mesma para a câmara, independentemente de qual for a decisão final do Tribunal Constitucional, onde agora o assunto está pendente.
“Estou confiante, mas seja qual for a decisão, avanço para a câmara porque não sou indiferente a emoções e, quando falta um mês e pouco, sinto a simpatia e o apoio dos gondomarenses”, disse em declarações à agência Lusa Valentim Loureiro.
“O major” protesta contra o facto do tribunal não ter aceite a sua lista para a Assembleia Municipal. “Não há razão para rejeitar a candidatura porque não se provou qualquer aldrabice”, disse em declarações à agência de notícias, onde afirmou que o seu processo de candidatura foi “correto e transparente”. Admite, no entanto, que “a interpretação da lei é dúbia”.
“A candidatura à Assembleia foi rejeitada por uma única razão: um candidato que desistiu apresentou a sua declaração de desistência sem a assinatura estar reconhecida. Mas posteriormente foi apresentada uma declaração pelo próprio a dizer que a assinatura era verdadeira mas a juíza entendeu que esta segunda declaração reconhecida já foi fora de prazo e manteve a rejeição”, explica.