Dois terços dos alunos carregam mochilas com demasiado peso. De acordo com as conclusões do estudo mais recente da Deco Proteste, com todos os livros e material necessário, as mochilas podem chegar a atingir mais de onze quilos.
Depois de analisar seis escolas públicas e privadas da Grande Lisboa, os responsáveis pelo estudo alertam para os riscos que o peso representa para a saúde dos mais novos, principalmente quando estão em idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos.
O caso mais extremo de excesso de peso encontrado durante a análise feita pela Deco Proteste foi o de um rapaz de 11 anos que transportava 11 quilos, mais de um terço do seu peso corporal. Falamos de um valor que é três vezes mais do que aquele que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
O peso das mochilas tem gerado polémica nos últimos anos e, este ano, levou à criação de uma petição que tem por base a ideia de que devem ser aplicadas medidas de forma a reduzir o peso.
Comparando com o último estudo do género, publicado em 2013, a investigação, conduzida em março deste ano, centrou-se em 174 alunos, 66% dos quais tinham peso a mais nas mochilas, uma percentagem muito superior aos 53% que tinham sido encontrados há anos atrás.
Entre as soluções apontadas para contornar a situação está a hipótese de ser reforçado o conteúdo digital, de forma a serem necessários menos livros na hora de preparar a mochila.
“A petição pública ‘Contra o peso excessivo das mochilas escolares em Portugal’, baseada nos números de 2003, conseguiu colocar o tema na agenda. E a subsequente aprovação do diploma sobre a transição dos manuais escolares para o formato digital é um sinal de que os decisores políticos estão finalmente sensibilizados para esta questão. No entanto, esta medida por si só não representa uma solução. É, no máximo, um ponto de partida”, explica a Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor.
Mas o peso das mochilas e as dicas de poupança não são as únicas questões que os pais devem ter em conta. Entre os restantes aspetos com que os pais se devem preocupar está, por exemplo, o seguro escolar.
seguros nas escolas
De acordo com a Deco, o seguro escolar abrange os alunos de quase todos os graus de ensino público: jardins-de-infância, básico, secundário, profissional e artístico, recorrente e de educação extracurricular. Apenas o superior está excluído. Estão cobertos os alunos de estabelecimentos particulares e cooperativos em regime de contrato de associação. Ou seja, sempre que, num raio de quatro quilómetros, não exista uma escola pública que sirva as crianças e jovens residentes ou, havendo, esteja sobrelotada, estes também beneficiam do seguro.
O seguro cobre os acidentes que aconteçam durante as aulas ou em ocupações dos tempos livres. Também cobre situações que aconteçam durante visitas de estudo, estágios ou qualquer outra atividade que seja organizada pela escola. De fora ficam as situações em que os acidentes aconteçam dentro do recinto escolar, mas que não tenham sido organizadas pela escola.
“O prémio do seguro, no valor de 5,30 euros, é pago no ato da matrícula. Ficam isentos os alunos do pré-escolar e ensino obrigatório (até ao 12.º ano ou aos 18 anos) e os portadores de deficiência”, explica a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.
Deduções no IRS
O fisco aceita 30% das despesas escolares, com o limite de 800 euros, por isso, devem ser guardados os recibos de todas as despesas de educação. Recorde-se que, em 2015, as famílias portuguesas perderam 23 milhões de euros porque a reforma do IRS reduziu as despesas com a educação que os pais puderam deduzir.
Entre 2014 e 2015, o valor total das despesas deduzidas diminuiu de 285 para 262 milhões de euros. Com a reforma, os encarregados de educação deixaram de poder incluir nas contas os impostos relativos a todo o material escolar e ainda às refeições.