O Presidente da República quer que seja explicado aos portugueses como funciona a recolha de donativos para ajudar as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande. “É preciso explicar aos portugueses aquilo que me explicaram a mim: de onde o dinheiro veio, quem é que o está a gerir, como e quanto”, afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa fez ainda um apelo para que sejam “corrigidos lapsos, duplicações ou insuficiências”. As declarações do chefe de Estado surgem depois de os autarcas da região terem tornada pública a suspeita de que terá sido desviada parte da verba recolhida.
O autarca de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, disse ao i, na edição desta segunda-feira, que há “dezenas de contas que foram abertas em bancos” e as três autarquias “desconhecem o destino do dinheiro”.
Perante esta polémica, o primeiro-ministro garantiu que as regras do dinheiro gerido pelo Estado são “totalmente transparentes”, mas “grande parte” dos donativos não foram recolhidos pelo Estado. E deu o exemplo: “Só a RTP pode explicar o que fez com o dinheiro”.
De acordo com o Ministério da Segurança Social, “até à data aderiram ao fundo [REVITA] mais de duas dezenas de entidades, com donativos em dinheiro, em espécie e em prestação de serviços, tendo sido entregues donativos em dinheiro no valor de cerca de dois milhões de euros [1,961 milhões].
O PSD pediu ao governo mais esclarecimentos. “Cumpre ao governo explicar cabalmente aos portugueses que valores são estes, onde estão os restantes donativos, quem os está a gerir e em que termos”, afirmou, em conferência de imprensa, Teresa Morais. O PSD considera que esta situação “revela, por parte do governo, uma total descoordenação e incapacidade de gerir os próprios donativos privados que se propôs através da criação de um fundo”.