A comissão de inquérito das Nações Unidas que investiga o uso de armas químicas na guerra civil síria concluiu que o regime de Bashar al-Assad usou este tipo de armamento mais de 27 vezes no decorrer do conflito, incluindo na cidade de Khan Sheikhun em abril, onde morreram mais de 80 civis e que teve como resposta bombardeamentos liderados pelos Estados Unidos.
"As forças governamentais continuaram o padrão de usar armas químicas contra civis em áreas de oposição. No incidente mais grave a força áerea síria usou gás sarin em Khan Sheikhun, em Idlib, matando dezenas, a maioria mulheres e crianças", lê-se no relatório. A comissão declarou o uso de armas químicas como crimes de guerra.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas já tinha revelado que nesse ataque tinha sido usado gás sarin, sem que tenha identificado os responsáveis. O relatório da comissão representa progressos por atribuir a responsabilidade a autores concretos, neste caso ao regime sírio.
Desde que as investigações se iniciaram que a comissão já identificou o uso de armas químicas 33 vezes, sendo que 27 foram da autoria do regime sírio. Faltam identificar os autores dos restantes seis ataques.
Damasco tem negado consecutivamente o uso de armas químicas na guerra civil e que a sua responsabilidade se limita a ter bombardeado um depósito químico dos rebeldes Khan Sheikhun.