Adrien Silva não é caso único e a resposta final pode não ser a desejada

Adrien Silva está na mesma teia que Djaló esteve preso em 2011. Nesse ano, os dados relativos à transferência do lateral direito para o Nice foram feitos na aplicação da FIFA quatro minutos depois do fecho do mercado…

Depois de na terça-feira a FIFA ter rejeitado a inscrição do médio português Adrien Silva no Leicester City, durante o dia de ontem a BBC revelou que a decisão do organismo foi baseada no atraso de 14 segundos relativamente ao fecho da janela de transferências, à meia-noite de 31 de agosto! A sentença anunciada pelo organismo pode mesmo resultar em quatro meses de paragem para o internacional português dado que a transferência do ex-capitão leonino para o emblema da Premier League está concluída, mas fora dos timings obrigatórios.

Assim sendo, o jogador de 28 anos só poderá ser opção a partir de janeiro de 2018, altura em que reabre a nova janela de transferências e, consequentemente, as inscrições. Entretanto, os foxes garantiram que vão recorrer do julgamento da FIFA e que, independentemente do parecer final, assumirá o pagamento dos salários ao atleta, mesmo que este fique sem jogar até janeiro. “Estamos a trabalhar com o Adrien e com o Sporting Clube de Portugal para ultrapassar alguns problemas relacionados com a inscrição do jogador e a explorar todas as opções para encontrar uma solução”, garantiu um porta-voz do clube ao “Mais Futebol”.

O líder leonino, Bruno de Carvalho, também se pronunciou em relação à atual situação do jogador e pediu que a FIFA seja mais “flexível” nestes casos. “Espero que o Leicester consiga com os recursos fazer a inscrição do jogador, um jogador com a qualidade de Adrien merece estar a jogar. O Leicester precisa bastante do jogador e espero que encontrem uma solução”, afirmou ao canal do clube de Alvalade. A par dos dirigentes dos dois clubes, o próprio protagonista da história, Adrien Silva, adiantou à SportTV que, agora, é tempo de recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne. Mas a julgar por outros casos semelhantes a resposta pode não ser a desejada…

 

O caso Djaló e de Gea

Em 2011, o Nice introduziu os dados relativos à transferência de Yannick Djaló na aplicação FIFA TMS (Transfer Matching System) às 00h04 do dia 1 de Setembro. Ou seja, quatro minutos depois do fecho do mercado. O antigo jogador dos leões, que havia sido vendido por 4,5 milhões de euros seguiu, à data, o mesmo passo que Adrien Silva agora vai dar e recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), mas viu ser confirmada a invalidação da transferência para os gauleses devido ao pequeno atraso no envio da documentação. O resto da história já se sabe. O lateral direito, que deixou de treinar e receber salário, acabou por rescindir contrato com o Nice e em janeiro de 2012, aquando da reabertura do mercado, acabaria por ser contratado pelo Benfica. Desde esse ano que se tornou evidente o declínio do jogador que somou empréstimos consecutivos e que agora regressou a Portugal para representar o Vitória de Setúbal.

A par de Djaló um dos casos que mais deu que falar foi o do guarda-redes internacional espanhol David De Gea. O caso remonta a 2015, ano em que a transferência do guardião do Manchester United para o Real Madrid acabou por não ser concretizada devido ao atraso na chegada dos respetivos documentos à Liga espanhola. O negócio, segundo adiantou na altura a imprensa espanhol, rondava os 30 milhões de euros. No entanto, a grande diferença para os jogadores portugueses acaba por ser o facto de neste caso a transferência não ter ficado concluída estando De Gea, ainda nos dias de hoje, nos red devils.