Nuno Melo, vice-presidente do CDS-PP, atirou-se este sábado ao PCP e ao Bloco de Esquerda – mas também ao Governo chefiado por António Costa – na convenção autárquica nacional que decorreu em Lisboa e que foi o momento escolhido pelo CDS para fazer a sua rentrée.
“Se a extrema-esquerda se tivesse democratizado, tudo bem. Mas acontece que não se democratizou e esse é o pecado capital de António Costa”, afirmou, perante uma plateia de cerca de mil pessoas no Centro de Congressos, na antiga FIL. O candidato à Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão lembrou o período do pós-25 de abril para desferir o ataque aos partidos de esquerda. “Nos tempos do PREC [Processo Revolucionário em Curso], a extrema-esquerda era mais violenta e expressiva. Hoje não ocupa herdades, mas há um imposto que se chama Mortágua e não é por acaso", disparou, em alusão ao apelido das deputadas do BE Joana e Mariana Mortágua. "Quanto ao PCP, a rebentar com empresas desde 1974, tenta agora a sua sorte na AutoEuropa. A esquerda nunca mandou tanto e o PS nunca teve tanta falta de senso", atirou, dirigindo-se depois diretamente a Assunção Cristas, líder do partido e candidata à Câmara de Lisboa: "O CDS tem de ser importante. Desejo-lhe toda a força."
A intervenção do líder parlamentar, Nuno Magalhães, foi igualmente contra a esquerda, com o deputado a comprometer-se a denunciar o “oportunismo demagógico e populista do PCP, PS e BE”.