O comentador Marques Mendes lançou o rumor, no seu espaço de comentário na SIC, de que o PCP ponderava «não votar a favor» do Orçamento de Estado (OE), preferindo a abstenção. A resposta não tardou a chegar, com Jerónimo de Sousa a garantir que o seu partido dispensava «conselhos venenosos vindos, designadamente, do doutor Marques Mendes». O líder do PCP afirmou apenas que «é muito difícil» ter uma posição «a favor, contra, ou de abstenção, em relação a uma coisa que não existe».
Na lista de objetivos dos comunistas para a negociação do OE estão o salário mínimo nos 600 euros em janeiro de 2018, o descongelamento das carreiras e o aumento dos salários da função pública, alterações nas regras de acesso à reforma e de duração do subsídio de desemprego, o aumento das pensões e reformas em pelo menos 10 euros, o fim do corte do subsídio de desemprego assim como o acesso de todos os portugueses ao médico de família .
O PCP disse à Lusa que «já conhece as limitações que o governo impõe», defendendo que «para o PCP o que se impõe é que o OE de 2018 dê passos nítidos no caminho da defesa, reposição e conquista de direitos e rendimentos»
No discurso de encerramento da Festa do Avante, no domingo passado, Jerónimo de Sousa atribuiu ao PCP «um papel determinante nos avanços verificados na recuperação, ainda que limitada, das condições de vida do povo».
«O que se conseguiu, graças à decisiva intervenção do PCP, significa três vezes mais do que estava admitido. Um aumento que já não se verificava há muitos anos», disse.
O líder do PCP aproveitou nessa altura para apelar ao voto nas eleições autárquicas: «mais votos na CDU são garantia de poder dar novos passos e avanços na resposta aos problemas do país, dos trabalhadores e do povo»