A Procuradoria-Geral da República recebeu no final de agosto uma denúncia anónima sobre o imóvel adquirido por Fernando Medina. A informação foi avançada ao i pela PGR, que adianta que a denúncia foi remetida ao DIAP de Lisboa, onde se encontra “em investigação”. O i tinha questionado a PGR sobre o facto de ter sido tornada pública esta aquisição, sendo a Teixeira Duarte uma empresa com a qual a autarquia tem relação comercial. Para já, é apenas este o esclarecimento: o caso está a ser analisado pela justiça e já o estava antes das notícias.
De acordo com imobiliárias contactadas pela “Sábado”, o imóvel que Medina adquiriu por 645 mil euros – com 181,9 m2 de área privativa e 46,12 m2 de área dependente – poderia valer naquela zona 775 a 850 mil euros. Tendo em conta o preço por m2 praticado em 2016 nas Avenidas Novas, até 5000 euros, um imóvel com as características deste poderia chegar perto do milhão de euros, calculou o i.
Tanto a candidatura do PCP como a do Bloco preferiram, ontem, abster-se de comentar a polémica. À direita deram-se reações divergentes. O porta-voz de Assunção Cristas, João Gonçalves Pereira, usou as redes sociais. “É o chamado ‘lapso basílico’?”, perguntou, em analogia com o caso em que Basílio Horta cometeu um lapso nas declarações ao TC. “Medina anda tão concentrado, tão concentrado nas suas obras que até se esquece da declaração ao Tribunal Constitucional”, concluiu o vereador.
Teresa Leal Coelho, a candidata do PSD, defendeu o presidente da Câmara de Lisboa, que conhece bem dos seus tempos como vereadora na capital. À saída de um almoço, ontem, afirmou aos jornalistas saber que Medina “tem uma visão da sociedade também na defesa da transparência e do escrutínio”, estando “convencida de que as explicações serão dadas”.
Marta F. Reis, Sebastião Bugalho e Sónia Peres Pinto