Não aconteceu em Fevereiro, tal como se imaginava quando o i foi conhecer este grupo, mas valeu a pena esperar mais uns meses.
A partir de terça-feira, é possível comer comida síria, na sua forma mais genuína, ou seja, feita por quem sempre a fez para alimentar a família e agora se lança na aventura de a mostrar a uma Lisboa aberta a novos sabores.
Tudo começou quando perguntaram a Alaa qual era a coisa da qual mais sentia falta do seu país. A estudante síria, acolhida pela família de Francisca Gorjão Henriques nem hesitou ao responder que era o pão. Francisca percebeu que uma resposta destas merecia outra à altura. Juntou-se à designer Rita Melo e ao gestor Nuno Mesquita para criar o “Pão a Pão”, um projeto de integração de refugiados e que, neste caso, faz esse caminho através da comida.
Na cabeça deste grupo começou a desenhar-se um restaurante que abre portas terça-feira, no Mercado de Arroios, em Lisboa. Neste novo espaço, a que chamaram “Mezze”- nome dado no Médio Oriente a um conjunto de pequenos pratos para partilhar – e que vai também servir de oficina para workshops, dança, música e escrita, vão trabalhar as mesmas mulheres sírias que, durante o mês de dezembro prepararam uma série de jantares temáticos no Mercado de Santa Clara, para quem quisesse conhecer o que de melhor se come na Síria.
Desde essa altura, o grupo de dez pessoas que vai dominar esta cozinha tem vindo a aprimorar receitas e, diz quem provou, que estão melhor que nunca. Da ementa fazem parte especialidades como baba ganoush, hummus, kipe, fattoush e moussaka. Se o nome não lhe diz muito, não pesquise no Google. Apareça ao almoço e ao jantar para traduzir estas palavras em sabores.