O PCP partia para estas eleições com a ambição de conseguir um resultado superior aos 11% que corresponderam a 34 presidências de câmara. Ao mesmo tempo testava o seu apoio seu apoio ao governo. “Mais votos na CDU são garantia de poder dar novos passos e avanços na resposta aos problemas do país, dos trabalhadores e do povo”, disse Jerónimo de Sousa na Festa do Avante.
Mas o resultado abaixo do ambicionado – apesar de o discurso oficial ser de reforço e avanço da CDU – leva a que a vida interna do partido se agite. A liderança de Jerónimo de Sousa estará sob pressão para requacionar o apoio ao Governo. O PCP estará inclinado para assumir que a estratégia de apoio parlamentar do governo PS foi mal sucedida para os comunistas e uma mudança de rota estará na ordem do dia, a começar pela discussão do Orçamento do Estado para 2018. A oposição ao apoio ao governo PS existe dentro do PCP, embora discreta e minoritária. Com este resultado poderá ser mais audível.
No entanto, o PCP tem demasiado capital político investido nesta solução de governo pelo que uma mudança de 180 graus poderá ser mais difícil de conseguir do que o anunciado.