Os tribunais nigerianos condenaram 45 militantes da organização terrorista Boko Haram a penas de prisão que vão desde os três aos 31 anos. Outros 468 jihadistas foram libertados, mas os tribunais ordenaram que frequentassem programas de desradicalização. No total, os tribunais julgaram e estão a julgar 1669 arguidos.
Os julgamentos começaram esta semana num quartel militar a norte da Nigéria, mas organizações de direitos humanos têm levantado preocupações sobre a forma como os processos têm sido conduzidos.
O governo nigeriano tem sido pressionado para demonstrar progressos no combate ao terrorismo, nomeadamente contra o Boko Haram, a principal organização terrorista a operar no país e que já causou a morte a mais de 20 mil pessoas na sequência de atentados terroristas e confrontos com as forças militares do país.
Nos últimos anos, a Nigéria deteve milhares de militantes e suspeitos de pertenceram ao Boko Haram, causando a sobrelotação das instalações de detenção. Organizações de direitos humanos afirmam que muitos dos detidos, incluindo mulheres e crianças, foram presos aleatoriamente e sem qualquer dúvida razoável, violando, assim, os direitos humanos.
Os ataques e atentados terroristas do Boko Haram obrigaram a que mais de dois milhões de pessoas fugissem das zonas de confronto, criando uma enorme crise humanitária. Em abril de 2014, a organização provocou indignação internacional ao raptar 200 meninas.