A quadratura de influência dos partidos da esquerda continua a ser assumida, ainda que com as devidas feridas autárquicas por sarar. Nas reações à proposta de Orçamento do Estado do governo para 2018, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista continuaram a separar as águas, mas não deixaram de reclamar méritos. O aumento das pensões foi a bandeira mais evidenciada que partilharam. Catarina Martins, coordenadora do BE, disse: “A outra matéria que é da maior importância para o Bloco desde o início é o aumento de todas as pensões e o aumento real das pensões mais baixas.” João Oliveira, líder parlamentar do PCP, considerou que o OE para 2018 integra um “conjunto de medidas de avanço, limitadas mas não a negligenciar”.
À direita, Assunção Cristas, presidente do CDS, criticou o facto de “numa conjuntura favorável” não serem “todos” a sentir “o desagravamento fiscal”. Maria Luís Albuquerque, vice do PSD e ex-ministra das Finanças, considerou que o documento “apresenta uma estratégia errada e revela falta de visão e falta de ambição para o futuro do país”. Tudo na mesma outra vez, portanto.