Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, publicou hoje na página oficial do Facebook uma declaração sobre os incêndios onde destaca a emergência não só na reconstrução do que se perdeu mas também na alteração do sistema de proteção das florestas.
"Que se repita a tragédia depois de Pedrógão é indesculpável porque o sinal claro de que nada mudou quando nada podia ficar na mesma", pode ler-se na declaração de Catarina Martins. A coordenadora do Bloco de Esquerda critica o sistema "rígido que define fases Charlie com base em calendários e não na ciência, que abandona a floresta todo o ano e depois não chega para o tanto desastre da incúria, do crime, do calor e do vento". Também a junção dos "contratos com privados", com a falta de meios e profissionais que "abandonam a população sem informação" é, nas palavras de Catarina Martins, "tragicamente ineficaz". "O mais trágico é que talvez saber que já sabemos tudo isto há tanto tempo", remata.
"Temos de pôr mãos à obra: reconstruir o que foi destruído, das casas ao emprego, e segurar o que for possível dos solos ardidos para prevenir uma ainda maior desgraça ambiental", afirma Catarina Martins na mesma publicação. "E temos de assumir responsabilidade perante um país em enorme sofrimento. Responsabilidade é política" porque "o tempo não desculpa tudo e este tempo tem de ser tanto de acudir às vítimas como de evitar nova tragédia."
A coordenadora do Bloco de Esquerda marca uma nova era: "agora tem mesmo de mudar tudo. E não basta repetir palavras", o mais importante é "reconhecer que os incêndios florestais são uma emergência nacional" e que "o que aconteceu não foi um azar, mas uma tragédia imensa que temos de travar".
Já na segunda-feira, Catarina Martins tinha afirmado que "precisamos menos de atira-culpas e menos passa-culpas" e mais "de um sistema de proteção e segurança das nossas populações", acrescentando que a demissão da ministra não iria resolver a situação atual. "No tempo das nossas vidas, nós temos de ser capazes de proteger vidas em Portugal", acrescentou a coordenadora do Bloco de Esquerda, "podemos não ter a capacidade de parar alterações climáticas", mas devemos "ter a coragem de mudar o modelo de defesa da floresta e da proteção civil".