O CDS-PP pondera avançar com uma moção de censura ao Governo na sequência das tragédias dos incêndios que assolaram Portugal. A notícia está a ser avançada pelo Público e pela TSF que citam fontes oficiais do partido.
"Morreram 100 pessoas nestes quatro meses, o Estado falhou em toda a linha. Em quatro anos de governos não haverá razão mais válida para uma censura do que esta, não é por um Orçamento que isto vai acontecer", disse fonte do partido ao jornal Público acrescentando que "ou há censura ou o governo ficará a legislativa sem ela", o que "seria a primeira vez na história".
À TSF, fonte do partido afirmou que é capaz de aceitar os discursos de António Costa e Constança Urbano de Sousa. "Não [é possível] imaginar acontecimentos mais graves do que os que sucederam no país e as posteriores declarações de membros do Executivo em particular do próprio António Costa e da ministra Constança Urbano de Sousa". Em causa estão as declarações em que o primeiro-ministro afirmou que "vamos ter seguramente mais incêndios desta dimensão" e que os portugueses devem estar preparados para os enfrentar. Do discurso de Constança Urbano de Sousa, a fonte do partido refere-se às férias que a ministra assumiu não ter tido.
A líder do CDS também já pediu a Marcelo Rebelo de Sousa uma audiência de urgência e, caso o partido opte por avançar com a moção de censura, a decisão será anunciada depois de ter sido dado conhecimento ao Presidente da República. Assunção Cristas não poupou o governo sobre "o pior dia do ano em matéria de incêndios", como o apelidou a porta-voz da Proteção Civil, Patrícia Gaspar. Em comunicado, Assunção Cristas afirma que o governo falhou "clamorosamente na sua função mais básica" ao não conseguir proteger as populações portuguesas.
O partido centrista tinha já agendada uma reunião da comissão executiva do partido em Pedrógão Grande para debater a analisar os dois relatórios que foram feitos pela Comissão Técnica sobre a tragédia de junho. Tendo os acontecimentos recentes, o encontro foi antecipado por Assunção Cristas para esta terça-feira e a localização alterada para Lisboa.