Santana Lopes apresenta amanhã à tarde a candidatura em Santarém. Ao SOL, o candidato à liderança do PSD diz que «amanhã começa um caminho com duas etapas: primeira, ganhar o PPD/PSD; segunda, ganhar no país».
Santana, que se despediu esta sexta-feira da Santa Casa de Lisboa após seis anos como provedor, promete «juntar talento, unindo, agregando, somando. Eu dirigi vários tipos de instituições, conheço todo o Portugal e estou bem ciente das necessidades das pessoas, das empresas e outras entidades. O PPD/PSD vai estar sempre próximo dos portugueses». O perfil economicista de Rui Rio também não escapou ao antigo primeiro-ministro, que afirmou esta semana, na SIC, que «o PPD/PSD não pode ter um líder para fazer contas».
Mesmo antes de lançar a candidatura, Santana recebeu o apoio dos presidentes das distritais de Lisboa e Porto. O líder da distrital do Porto, Bragança Fernandes, disse, na terça-feira, que prefere «um discurso virado para as pessoas e para a resolução dos problemas de vida dos portugueses».
O candidato recebeu também o apoio de Carlos Carreiras, presidente da câmara de Cascais. Miguel Relvas foi dos primeiros a declarar que vai votar em Santana. Ainda assim, e apesar de ser uma figura destacada do partido na região, Relvas não vai estar no lançamento da candidatura.
Campanha de Rio quer contagiar a sociedade civil
A candidatura de Rui Rio já tem preparada uma volta pelo país. A ideia é passar por todos os distritos em contacto com os militantes do partido. «Será uma campanha pela positiva», garante ao SOL o director de campanha. Salvador Malheiro admite que posam entrar nela algumas personalidades do PSD, mas está decidido que «todas as atenções» vão estar «claramente concentradas» no candidato. «Temos a noção de que são eleições internas, mas quem luta pela liderança do PSD tem de estar preparado para assumir o poder. Vamos querer que estas eleições internas tentem contagiar ao máximo a sociedade civil», acrescenta o director de campanha.
Rio Rio anunciou esta semana que o ex-ministro da Educação David Justino será o coordenador da moção estratégica a apresentar no congresso do partido. A candidatura do ex-autarca referiu, em comunicado, que Justino «é uma personalidade reconhecida tanto no partido como na sociedade civil, nomeadamente através do trabalho desenvolvido na área da educação e na área social».
Ao SOL, Salvador Malheiro garante que «os apoios a cada dia são imensos, desde o mais anónimo dos militantes de base até aos dirigentes das estruturas locais e distritais, autarcas ou ex-governantes». Entre os ilustres que já declararam apoio a Rui Rio estão Manuela Ferreira Leite, Mota Amaral e Alberto João Jardim.
Santana e Rio já trocam críticas sobre o passado
Na primeira entrevista como candidato, concedida à TVI, Rio não evitou entrar em confronto com Santana Lopes. O ex-autarca tentou tocar no ponto fraco do ex-provedor: «Está nos sítios, sai a meio. Ainda há pouco tempo era para ser candidato à Câmara de Lisboa, deixou a situação arrastar-se criando dificuldades ao PSD, e depois não foi porque estava apaixonado pelo trabalho na Santa Casa de Lisboa. Passaram quatro ou cinco meses e já pode sair da Santa Casa porque está apaixonado pela liderança do PSD». Esta não foi a única farpa lançada por Rio ao adversário. O ex-autarca diz que a prova de que Santana «está mais à direita» é que tem o apoio do «homem de Loures». O homem de Loures é André Ventura, que apoia o regresso de Santana para «impedir a vitória daqueles que querem um PSD vestido de esquerda caviar».
Santana lamentou que Rio tenha jogado ao ataque com «historietas muitas antigas». Apesar de garantir que até gostava de tomar um café ou de almoçar com o seu adversário, não deixou de lembrar as críticas que Rui Rio teceu ao governo de Passos Coelho «na altura em que ele ia à Associação 25 de Abril».