"Estamos aqui porque o sofrimento das vítimas e dos seus familiares e o sentimento de insegurança dos portugueses exigem uma resposta". Foi assim que António Costa começou esta reunião plenária onde será votada a Moção de Censura apresentada pelo CDS depois dos incêndios.
O primeiro-ministro afirmou que o Governo está "a assumir-se como primeiro responsável perante a Assembleia da República." No entanto, António Costa admite que a "assunção de responsabilidades não pode ser um mero ritual de expiação institucional" e que é preciso "um ato de compromisso firme" que "tem de ser feito, de mudar ou que tem de mudar, de reparar o que exige reparação".
Como exemplo, o primeiro-ministro apontou as já "61 casas recuperadas e 90 casas com obras em curso" na zona de Pedrógão Grande, e o apoio de 3,4 milhões de euros aos agricultores e de 25 milhões de euros às empresas atingidas.
O discurso de António Costa foi um reavivar à memória: relembrou o plano nacional de coesão territorial aprovado no ano passado e o pacote de reformas das florestas que o Governo colocou à discussão em outubro de 2016.
"Estamos agora no tempo da sua execução", afirmou António Costa antes de enunciar as medidas que já tinham sido apresentadas depois do Conselho de Ministros Extraordinário, no sábado passado e que teve como base as conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente sobre o incêndio de Pedrógão Grande, entre elas a posição acionista no SIRESP que pretende garantir "os investimentos necessários nas redundâncias e assim assegurar que não temos falhas nas comunicações de emergência".
"Honraremos a nossa palavra: nada pode ficar como antes", uma frase que António Costa tem vindo a repetir desde o discurso que fez logo depois da tragédia de 15 de outubro. "Pela minha parte, pela parte do Governo, esta é a nossa causa. Estamos certos que esta, é a causa de todos nós", concluiu António Costa.