Assunção Cristas apresentou hoje a moção de censura contra o Governo acusando primeiro-ministro de falharem "em duas das suas mais básicas tarefas: a proteção das pessoas e a proteção do seu território". Para António Costa, a mensagem foi direta, "quando o país precisava de um estadista, constatou que tinha apenas um político habilidoso".
A reunião plenária onde se vota a moção de censura apresentada pelo CDS contra o Executivo, aponta que a o Governo não tem "comando na Administração Interna e uma Autoridade Nacional de Proteção Civil sem capacidade de comando e de ação" mas avançou criticas também aos "responsáveis governamentais" que "desdobravam-se em intervenções absolutamente inqualificáveis". Em causa estão as mensagens que Assunção Cristas afirma terem "uma mensagem simples: cada um por si, salve-se quem puder, porque não podem ficar à espera de bombeiros e de aviões".
"Deixaram claro, de forma literal, assumida, que deveriam ser os portugueses a autoproteger-se, que não podiam esperar pelo Estado", declarou a líder do CDS na apresentação da Moção de Censura.
A pergunta que levou à esta moção é, segundo Assunção Cristas, "repetida à exaustão na boca de todos os portugueses: 'como é possível isto ter voltado a acontecer?'". E a líder explica, que se uma "falha leva à morte mais de uma centena de pessoas, À agonia de milhares de outras pessoas, à maior área ardida de sempre, a uma das mais devastadoras destruições do nosso território, que outra razão parlamentar existe, que não uma Moção de Censura?".
Assunção Cristas voltou a acusar António Costa de ter falhado em "assumir as suas responsabilidades", assumindo que a decisão do CDS "dá voz a milhões de portugueses que se indignaram" ao ouvir o primeiro-ministro dizer, "sem assumir qualquer responsabilidade, debitar que iria aplicar as conclusões do relatório técnico e que tudo iria correr bem".
Também as moções antigas apresentadas por António Costa e pelo PS quando faziam parte da oposição fizeram parte discurso da líder centrista. "Quem nos acusa de manobra partidária olhe para si, olhe para as moções de censura que apresentou no passado, olhe para as razões económicas e financeiras então invocadas e em consciência diga aqui, hoje e agora, que essas razões são mais importantes do que a tragédia humana que por duas vezes nos atingiu e toca no centro da existência de um Estado – a proteção das pessoas, da vida das pessoas, e do nosso território", acusou Assunção Cristas.