David Neeleman, empresário que integra o consórcio Atlantic Gateway, deixou claro esta semana que não põe de parte a substituição de Fernando Pinto como CEO da TAP.
«Fernando Pinto é uma figura aqui na TAP. Da maneira que ele quer ficar aqui, vai sempre ter um lugar. Sempre precisamos da sabedoria e do conhecimento dele», afirmou o empresário, esclarecendo que a permanência enquanto CEO da transportadora nacional é um assunto que tem de ser discutido entre os acionistas. As declarações de David Neeleman acontecem depois de Fernando Pinto ter rejeitado a ideia de que estaria de saída da TAP. «A empresa vai continuar a crescer, não tenho dúvida nenhuma disso, e em breve iremos ter novidades, como também posso dizer que em breve não irei sair», esclareceu no início de outubro. A posição de Fernando Pinto foi tomada depois de uma notícia do SOL dar conta de que Fernando Pinto está à beira de passar o testemunho.
Fernando Pinto entrou para a TAP em outubro de 2000 e tinha um objetivo concreto: era preciso preparar a empresa para a privatização. Depois disso, foram necessários dez anos para o presidente da companhia aérea nacional fazer saber que tinha informado o governo de que pretendia deixar a liderança da transportadora. No entanto, ainda não tinha, afinal, chegado a hora. E manteve-se.
Agora, são cada vez mais os sinais na companhia nacional de que desta vez é que é: Fernando Pinto estará finalmente de saída da presidência executiva da companhia aérea. O próprio CEO da empresa já tinha feito saber, em junho deste ano, que cumpriu «a missão» que o trouxe a Portugal. Recorde-se que Miguel Frasquilho, ex-presidente do AICEP, foi anunciado como novo presidente do Conselho de Administração e como vogais ficaram Lacerda Machado e Ana Pinho. Mas, entretanto, entrou também para o conselho de administração o ex-CEO da Azul Antonoalvo Neves, que todos apontam como preferido dos acionistas (é homem de confiança de Neeleman) para suceder a Pinto como presidente executivo.
A guerra do novo aeroporto
Neeleman admite que Lisboa não pode esperar muito mais por um novo aeroporto, mas esclarece que a TAP não tem qualquer interesse em usar o Montijo e, por isso, não vai «pagar o aeroporto para a Ryanair». Estima-se que as obras do novo aeroporto comecem já em 2019, mas para a TAP não tem porque a Portela funciona para a empresa como hub, que permite realizar vários voos de ligação.