Maria Luís Albuquerque começou o discurso por apresentar uma referência positiva da proposta do Orçamento do Estado: "Acredito que tanto PCP como BE não voltarão a colocar tal intenção [de reestruturação da dívida] nos seus programas eleitorais em 2019", depois de quatro anos a aprovar orçamentos sem essa condição.
A partir daí, foram só pontos negativos. A ex-ministra da Finanças afirma que a proposta "falha em todos os domínios de intervenção estrutural", num orçamento onde "não há visão de futuro para o país". "Persiste o governo em distribuir sem assegurar condições para a criação de riqueza", acusou Maria Luís Albuquerque.
A ex-ministra da Finanças afirma ainda que os orçamentos aprovados anteriormente tiveram uma "execução" que fica "demasiado longe da proposta apresentada e aprovada". "Creio que nem mesmo o PCP e o BE poderão continuar a fingir que foram surpreendidos", critica.
Sobre o crescimento da economia, Maria Luís Albuquerque afirma resulta da conjuntura externa. "A economia cresce a um ritmo superior a o que assistimos nos últimos anos", explica, "beneficiando uma conjuntura externa favorável".
"Os impostos indiretos aumentam, prejudicando os mais pobres, e as empresas ficam cada vez mais sobrecarregadas, quer na tributação, quer na imensa burocracia", continua a ministra que afirma que "o OE não tem nada para as empresas".
Também sobre a poupança, Maria Luís Albuquerque afirma que "não há em toda a proposta de OE uma única referência à poupança", acrescentando que este momento, devido ao crescimento da economia, "seria o momento para conter despesas rígida (ou estrutural) ou aquela cuja evolução depende menos de nós, como os juros da dívida pública".