Ângelo Correia é um homem satisfeito. Quando nos vê no local combinado, à espera da boleia, abre a janela do jipe e sorri, de cachimbo fumegando e pendente da boca. Aos 72 anos não deixou de trabalhar. O telefone não parava de tocar na mesa da sala, enquanto o SOL o fotografava em retrato. Lá fora, a relva está aparada num jardim demasiado extenso para ter sido o ex-ministro e fundador do PSD a dedicar-se à tarefa. As bicicletas dos netos estão logo à porta. A idade ofereceu-lhe essa tranquilidade. Nem fato, nem casaco, nem gravata para a entrevista. Reacendeu o cachimbo, silenciou o telefone, sentou-se virado para a janela e a conversa começou.
Quase conversámos depois da Festa do Pontal. Entretanto, as coisas mudaram bastante.
Mudaram duas coisas: o resultado eleitoral – sobretudo nas grandes superfícies urbanas, em que o resultado autárquico do PSD foi bastante mau – e, em segundo lugar, a decisão da liderança do partido não se recandidatar e abrir caminho a outra.
Foi uma boa decisão?
Era a única possível. Para ele [Passos Coelho] e para o partido.
Portanto, a carreira política dele não acabou?
As carreiras políticas nunca acabam para algumas pessoas. Este é um desses casos.
E vem agora uma disputa para a sua sucessão…
… que é indispensável. O PSD não vai apenas escolher um líder para gerir o partido num momento normal: vai escolher um líder que tem de preparar-se para eleições; para ser candidato a primeiro-ministro.
Está a dizer que os militantes devem escolher quem tiver melhores hipóteses de vencer em 2019.
Os militantes votam como quiserem. Se tiverem um comportamento adequado, votam no candidato que tiver mais hipóteses de ser primeiro-ministro. Um bom primeiro-ministro.
E, para si, qual dos dois [Santana Lopes ou Rui Rio] terá mais hipóteses?
Rui Rio. A sua experiência e a sua maneira de ser creditam-no mais para executar uma tarefa essencial para o país: mudar o Estado. É impossível fazê-lo sem virtudes como coragem e determinação.
Quando apoiou Pedro Passos Coelho a chegar à liderança foi também nesse sentido, de mudar o Estado.
Foi muito nesse sentido. Passos Coelho e, antes disso, Luís Filipe Menezes. É importante mudar o Estado para que a sociedade se expresse de uma maneira mais livre, mais eficaz.
Passos falhou nessa tarefa de mudar o Estado?
O verbo falhar não será o mais indicado. Eu penso que ele omitiu essa postura.
Omitiu enquanto fazia ou omitiu o que não estava a fazer?
Algumas tarefas fundamentais para mudar o Estado decorreram do programa da troika. Qualquer líder, nessa altura, tinha aí um problema resolvido: tinha uma cartilha no programa da troika. Evidentemente que algumas posições derivavam do ‘pensamento-único’ europeu, sendo necessário adequá-las a Portugal. Mas deram-se mudanças fundamentais.
Mas por imposição da ‘cartilha’ ou por vontade do Governo?
No discurso público, existiu consonância entre as duas atitudes.
Quando o PSD recusou o PEC4 foi por ambicionar essa ‘cartilha’?
O PEC4 era insuficiente para atacar todos os problemas portugueses. Não eram apenas ‘gorduras do Estado’, era muito mais que isso, infelizmente. Entre 2006 e 2011, deu-se o maior período de crescimento da dívida, mais do que no pós-troika.
Está a dizer que o PSD chumbou o PEC por sabê-lo insuficiente.
O PSD presumia-o, sim, não tendo ainda um conhecimento claro de qual era a realidade. Teve-o exatamente a seguir ao dia em que o ministro das Finanças [Teixeira dos Santos] solicitou ajuda externa.
Voltando à ‘cartilha’: acha que a performance política de Passos Coelho ressentiu-se de ficar sem ela?
Enquanto Passos Coelho teve uma orientação clara e um programa claro para cumprir foi fazendo com intensidade, devoção e aceitando esses princípio. Depois disso, não teve a mesma orientação, não teve objetivos políticos claros.
Apesar da ausência desses objetivos, vence as legislativas.
O que eu digo é que até esse período conseguiu manter alguma orientação. O problema agrava-se depois dessas eleições. E não é só devido à solução de governo que se seguiu. Também é, mas não só. Deu-se um cenário totalmente oposto àquele que ele imaginava. Previu o insucesso, num quasi-fatalismo, do programa do PS e dos seus aliados que depois não se verificou. O PSD, e talvez o país, não entenderam a importância de Mário Centeno. É um pilar fundamental na manutenção da ortodoxia da Europa. Fá-lo de uma maneira forte e permanente, evitando acidentes de percurso.
Se José Sócrates tivesse Centeno em vez de Teixeira dos Santos nas Finanças, o desastre teria sido evitado?
É uma pergunta teórica e hipotética, mas vou responder-lhe. O atual ministro Mário Centeno é extraordinariamente mais eficaz do que Teixeira dos Santos, que nunca deveria ter permitido tantas coisas que o Governo Sócrates fez. Claro que, mesmo com Centeno, conhecendo-se o temperamento do ‘engenheiro Pinto de Sousa’, haveria mais conflitos dentro do Governo, quase até à rotura. Olhe, como aconteceu com Campos e Cunha, que saiu desse Governo tão rapidamente. Centeno aguentaria mais tempo, mas acabaria por sair.
Ficou surpreendido com a dimensão da acusação ao ex-primeiro-ministro?
Presumia-se que haveria uma acusação, presumia-se até a natureza dessa acusação. A intensidade e a amplitude não.
Como vê o facto de alguns membros do Governo Sócrates estarem agora em exercício de funções?
O PS mantém linhas de continuidade. Não sei se é positivo ou negativo. Desses ministros, Pedro Marques é competente, Vieira da Silva é credível… São as referências mais relevantes do anterior Governo socialista.
Há pouco falava de Centeno como um pilar junto da Europa…
… e junto dos colegas, junto dos parceiros de coligação… Permitiu que o Governo e os seus parceiros funcionassem, mas sob limites estreitos cujas baias são permanentemente monitorizadas por ele.
E Marcelo Rebelo de Sousa é também um pilar deste Governo no cumprimento das metas europeias?
Julgo que sim. O atual presidente da República já é hoje um pilar do Estado democrático. Isso é irrepetível. A personalidade de Marcelo Rebelo de Sousa é de tal forma própria que se torna errada uma intenção de o repetir, de o copiar, na cena política portuguesa. Os seus objetivos num determinado momento não podem ser encarados, por outrem, como objetivos permanentes para o país.
Está a referir-se à candidatura de Pedro Santana Lopes, que fala de um PSD de ‘proximidade’.
De proximidade todos os políticos têm de ser. Se representam o povo têm de o perceber e contactar. Têm de reconhecer e ser reconhecidos. Mas transformar isto numa economia de afetos seria excessivo. A grande função de um governo é isso mesmo: governar. Tem de gerir, apontar objetivos e, sobretudo na atual conjuntura, mudar o Estado. Isso não se faz sem algum sacrifício, sem algum sofrimento. Há virtudes como a coragem e a eficiência que são, para um primeiro-ministro, mais relevantes que as virtudes do afeto. O afeto deixemos para o sr. Presidente da República. Não lhe dando o monopólio do afeto, mas sabendo que o instrumento pelo qual ele faz a aproximação ao país não é pela manifestação de políticas públicas – pois isso é papel do Governo – mas pelo modo como conforta os portugueses nos seus momentos de sofrimento. Só que para evitar que os portugueses sofram não basta o conforto. São precisas novas políticas. Até para permitir ao Presidente da República que exerça solidariedade na alegria.
Nas jornadas parlamentares do PSD, esta semana, Rui Rio disse que ‘faria igual’ a Maria Luís Albuquerque, a ex-ministra das Finanças de Passos. Como interpreta essa afirmação?
Não ouvi essa frase. Se ele a disse, não gosto. Duvido mesmo que a dissesse.
Porquê?
Porque qualquer política, mesmo que dolorosa, mesmo que difícil, tem de ser acompanhada por uma explicação clara. Fazer os portugueses perceber por que – e para quê – tem de ser assim. O Governo anterior não explicou. Fez, mas não explicou. Não havia comunicação entre o Governo e o país. Não havia um elo que os ligasse.
Rui Rio, sendo um homem reservado, conseguirá estabelecer essa ligação?
A timidez não pode nunca ocultar a sinceridade. E o mais importante na política é a sinceridade: falar às pessoas para o coração e não para o espetáculo.
Falou de credibilidade como critério para ser líder. A carreira política de Rui Rio é mais credível do que a de Pedro Santana Lopes?
Não comentarei assim porque sou amigo de Pedro P… (pausa), de Pedro Santana Lopes. Aliás, sou mais amigo de Pedro Santana Lopes do que de Rui Rio: conheço-o há mais tempo, privei com ele em muitas circunstâncias, combatemos juntos em várias lutas, do mesmo lado da barricada. Mas a questão hoje é outra: escolher a competência. Não é a amizade que está em causa, é a capacidade que vejo para concretizar. E eu penso que Rui Rio tem mais capacidade. Pelo feitio, pela maneira de ser, pela tecnicidade, pela eficiência. Em Portugal, privilegiamos demasiadas vezes o discurso político, que até pode ser essencial, mas não passar do discurso à ação é limitativo. E agora é tempo de passar a ação e reformar.
Está a dizer que o carisma não chega?
O carisma político não chega, é preciso eficiência, especialmente hoje.
Não é a primeira vez que apoia alguém para a liderança do PSD.
Não é. Apoiei Sá Carneiro, Balsemão, Mota Pinto, Cavaco, Barroso quando perdeu, apoiei Luís Filipe Menezes que ganhou e Passos Coelho – os dois últimos mais intensamente.
Não receia sentir-se desiludido outra vez com outro candidato que apadrinhe? Não teme o regresso da desilusão?
É sempre possível e já aconteceu…
Com Menezes ou com Passos?
Não interessa… Eu não prescindo de pensar o que penso e de dar o meu apoio em nome das minhas ideias. Se porventura sentisse que não havia sintonia entre as minhas ideias e um candidato, seria um erro dar esse apoio. Não creio que seja o caso. Medo, com os anos que tenho de vida, é sentimento que já não manifesto muito.
Nesses anos todos não vê nada que gostaria de ter feito de maneira diferente?
(pausa) Todos nós nos arrependemos. Eu arrependo-me de algumas coisas que fiz enquanto ator político. Tive, por vezes, um excessivo empenho em algumas causas para as quais não havia consonância popular. Há uma diferença entre os tempos de hoje e os meus tempos: os meios para chegar à população eram muito limitados. Isso obrigava-nos – e permitia-nos – um contacto pessoal muito regular e disperso. Hoje, não é assim.
As redes sociais substituíram a ‘carne assada’?
Sim, em grande parte. A capacidade de diálogo e de questionamento entre os atores políticos, o comentário, o jornalismo e a opinião pública são fatores de refração política. A mensagem, quando chega ao destinatário, tem já o conteúdo filtradíssimo. O poder de adaptação, em meios inteiramente distintos, tornou-se numa necessidade de quem pretende intervir. Antes, a personalidade do ator contava mais. Hoje, o que conta é a visão que as pessoas têm do ator político, que muitas vezes nem é verdadeira.
Marcelo, aí, está onde?
Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito por uma imagem dupla: grande notoriedade nacional e uma capacidade analítica excecional. A forma como está hoje a ser percecionado pela opinião pública é distinta. Acrescentou uma outra, mais importante, que é a capacidade de sentir com os portugueses. Pode ficar na história como unificador nacional e será difícil para qualquer um que lhe suceda. Ele está acima de tudo e de todos. É superior a qualquer comentário porque é ele que se comenta a si próprio. Não se deixa prender. Exige responsabilidades.
Está a falar do discurso em reação aos incêndios.
Sim, será uma monotorização constante a partir de agora. Comparará o que o Governo diz com o que o Governo realmente faz; o que o Governo faz com o que os portugueses precisam que ele faça.
Não extrapolou as funções presidenciais, então? Deputados do PS acusaram-no disso.
Pelo contrário, o que Marcelo fez foi uma atitude metapolítica e metaconstitucional que não é habitual nos Presidentes em Portugal. Falou diretamente ao povo fora dos quadros políticos tradicionais, diretamente à alma das pessoas.
Regressando a si: por que é que a política não foi suficiente?
Já quando fui eleito deputado à Assembleia Constituinte em ’75 era administrador de três empresas. Já tinha a minha vida profissional com muitos anos de trabalho. Vivi na política e ‘para’ a política; não vivi ‘da’ política. Fi-lo entre ’78 e ’83 e depois voltei para a vida profissional, que me entusiasmava mais.
Portanto, a pergunta estava correta. A política não foi suficiente.
Nunca foi. As pessoas, algumas, têm uma capacidade de reflexão múltipla. Eu nunca quis viver exclusivamente da política, nunca quis ser um funcionário da política. Isso, hoje, acentuou-se. Há cada vez mais dependentes do ‘funcionalismo político’ nos partidos.
É mais difícil recrutar os melhores hoje em dia?
Há muitos anos que a política não obtém os melhores por razões várias. Em primeiro lugar, o país distanciou-se do exercício da política, a classe é ignorada ou detestada na sua maioria. Em segundo, essa classe funciona em torno de um sistema ‘só para alguns’, em autoalimentação, fechado para o país. Falta sociedade civil à política e aos partidos. A política tem que ter gente que contribua civicamente quatro a oito anos. O problema é que, com os condicionalismos criados tanto nas entradas quanto nas saídas, quem está na política fica condenado a não conseguir fazer nada depois disso. Há uma inibição. ‘Não pode voltar aqui, não pode vir ali’. São tudo condicionamentos.
Refere-se às chamadas incompatibilidades.
Que não passam de um sistema que a classe política criou para se autoperpetuar no poder.
Como relaciona isso com o ‘banho de ética’ que Rui Rio propõe para o partido?
É imperativo. Nos últimos anos houve uma melhoria ética na sociedade portuguesa. Se me perguntar porquê, eu digo que foi mais por medo da Justiça do que por uma consciência cívica acrescida.
Não é contraproducente num dia dizer-se que o partido precisa de ‘um banho de ética’ e no outro dizer que ‘não pode recusar apoios’?
Daquilo que eu tenho visto na postura de Rui Rio, tenho encontrado uma recusa enorme, de modo a não beliscar a imagem com algumas interferências na sua candidatura. Já disse que ‘não’ a vários. Celebro isso. É muito positivo mostrar que não é só o líder que assume uma postura ética, que o seu exemplo prossegue nas esferas em que participa.
Já teceu várias críticas à classe política contemporânea nesta entrevista. Por que acha que houve tantos com medo de avançar para a liderança? Não é algo que também contrasta com o seu tempo?
Por uma razão: cálculo político. Algumas pessoas podiam querer – e querem – ser líderes, mas entendem que não é o momento para a maximização das suas vantagens. Há um excessivo taticismo.
Esse receio em avançar, por medo de derrota eleitoral [em 2019], não é justificado?
Está a fazer uma previsão a médio prazo que eu não subscrevo. O Governo das esquerdas é um Governo distributivo que ignorava duas realidades que este ano se tornaram relevantes, ambas em termos de território. A questão dos incêndios, da seca, da desertificação conjuga essas duas questões de fundo que sempre existiram no país, mas estavam ignoradas. A postura do Governo centrada em distribuir mais, em ‘devolver rendimentos’ ao funcionalismo público, é um eufemismo para voltar à situação que havia em 2011 do ponto de vista financeiro. Isso mudou porque surgiram duas emergências onde se irá gastar muito dinheiro, como é o caso das florestas, a nível da prevenção, e a seca, onde o investimento público é altíssimo. A conjugação desses gastos com o programa de ‘distribuição’ é muito difícil de conciliar, o que prenderá o Governo ao seu próprio discurso. Aí, a esquerda terá tendência a cair.
Como se cria uma alternativa a duas coisas que o país quer, a devolução de rendimentos e a prevenção florestal?
Dizendo ao país uma coisa simples: a distribuição de alegria a curto prazo pode contribuir para o crescimento da tristeza a médio prazo.
Não era isso que Passos Coelho também dizia?
Passos Coelho não sabia dizer. Em política não conta só o conteúdo do que se diz, conta também o modo como o levamos às pessoas. A pior coisa que um político pode fazer é apenas impor conclusões para o povo seguir. O que deve fazer é fornecer as premissas e deixar que as pessoas concluam. O povo não precisa de guias espirituais; precisa de alguém que lhes explique a verdade da situação em que estamos.
Passos fez demasiadas profecias?
Eu não o vejo como profeta. Se o foi, a realidade não estava de acordo com o que dizia. Havia um discurso de medo em torno do país. Esteve sozinho, sem ideias, sem equipa e sem estratégia. Falhou em muitas coisas.
Falou na importância da gestão do território para evitar novas tragédias. Quão antigo é o problema?
Muito. O primeiro momento em que sentimos isso foi na emigração para França, nas décadas de 60/70. O segundo momento foi quando começámos a criar desenvolvimento no litoral, na época de Cavaco Silva, e se abandonou a agricultura e a pecuária. O seguidismo português à Política Agrícola Comum anulou a nossa possível autosuficiência. A problemática na gestão do território tem também a ver com isso.
Hoje, o PSD deve governar com o CDS?
É mais natural. Ainda não sei se com coligação antes ou depois das eleições, mas é O parceiro natural. Mais do que o PS. Note que Rui Rio nunca defendeu o Bloco Central; defendeu algo que eu e até o insuspeito Presidente da República defendemos: pactos de regime. A pior coisa que pode acontecer em Portugal é mudar de tudo quando se muda de Governo.
Nota-se a sintonia que tem com o candidato Rui Rio.
É uma candidatura de coragem e patriotismo. Mas digo-lhe uma coisa: Rui Rio não chega. Não há líderes salvadores. Um grande líder define-se por uma grande equipa.
Mas quem, concretamente? Pacheco Pereira, Ferreira Leite, Morais Sarmento?
Há muito mais gente. Conheço-os. E nos próximos dois anos o partido dedicar-se-á também a captar pessoas. É uma equipa para construir a médio prazo: temos de ir às universidades, aos centros de investigação, às áreas culturais, às áreas sociais, às empresas. Acredito que Rio é o homem para liderar esse projeto. Há quem ambicione essa mudança – essa abertura – e há quem receie as suas consequências. Ai de nós que fossemos sempre os mesmos! Os mais velhos podem ajudar com a sua experiência, mas não seremos atores essenciais.
Falando em mudança geracional, o PSD tem hoje um dos líderes de bancada mais jovens da sua história. Hugo Soares tem 34 anos.
Não o conheço, nem costumo ver, pois não me suscita interesse suficiente para o ouvir, confesso. A qualidade não está diretamente relacionada com a idade. Já vi pessoas novas a serem brilhantes, claro, basta lembrar Adelino Amaro da Costa.
Ainda vê pessoas novas serem brilhantes?
Conheço pouco o meio político português para conseguir responder-lhe (risos).
Qual é a maior vantagem que Rui Rio tem sobre o seu adversário?
Rio andou numa escola alemã, o que é uma grande vantagem. A disciplina favorece quem quer liderar e, ao contrário do que às vezes se vê na televisão, é também uma pessoa empática, nada rígida.
Surpreendeu-o que Pedro Santana Lopes tentasse novamente a liderança?
Não… O Pedro é um animal político por excelência. E se Rui Rio ganhar, deve chamar Pedro Santana Lopes para participar no projeto. É vital. A candidatura de Rio não é para excluir, é para incluir.
Se Santana ganhar acha que convidará Rio?
Não sei… Pedro, às vezes, no seu íntimo, é extraordinariamente generoso. Não tenho má opinião humana dele. Por isso, sou seu amigo.