Sem clube desde o final da época passada, após ter orientado durante dois anos a Fiorentina, temporadas em que terminou no oitavo e quinto lugar da Serie A, Paulo Sousa é oficialmente o mais recente português a rumar à China. Apresentado esta segunda-feira no Tianjin Quanjian, o técnico de 47 anos é, ironicamente, o sucessor de um treinador… italiano, Fábio Cannavaro, no emblema chinês. Com o principal campeonato de futebol na China já concluído, em outubro passado, Sousa irá começar a trabalhar com uma equipa que, após ter subido neste último ano ao principal escalão de futebol do país, terminou na 3.ª posição da tabela classificativa: apenas atrás do heptacampeão Guangzhou Evergrande, orientado nos últimos três anos por Scolari, e do Shanghai SIPG, do treinador português, André Villas-Boas. Entre o plantel Sousa irá encontrar o antigo médio belga do Benfica Axel Witsel, o internacional brasileiro Alexandre Pato e o francês Anthony Modeste.
“Todos sabem que o presidente do clube investiu apaixonadamente no futebol. Ele quer continuar a desenvolver o clube e por isso procurou a minha ajuda”, adiantou Paulo Sousa, na sua apresentação, citado pela imprensa chinesa.
Shanghai SIPG com recorde de lusos Com a presença de cinco portugueses, o Shangai SIPG é, entre os 16 clubes que integram a Super Liga chinesa, o clube que conta com mais nomes lusos na comitiva. A começar pelo já referido ex-treinador do FC Porto, Villas-Boas, que chegou ao comando técnico do clube em 2016, após dois anos à frente dos russos do Zenit, o emblema de Xangai conta ainda no plantel com o antigo internacional português Ricardo Carvalho. Ao longo da época transata, o defesa de 39 anos foi chamado a campo em quatro jogos. Além dos dois nomes mais conhecidos do público há ainda, na equipa, o adjunto Daniel Sousa e os preparadores físicos Pedro Silva e José Mário Rocha.
A par de Ricardo Carvalho só há mais um nome português a atuar como jogador nesta prova: o de Ricardo Vaz Tê. Em julho passado, aos 31 anos, o extremo direito voou do modesto clube turco, o Teleset Mobilya Akhisarspor, para o Henan Jianye, da China. Chamado a prestar provas, não defraudou as expetativas: em cinco jogos, Vaz Tê assinou cinco golos.
Os últimos dois protagonistas desta lista são Rui Correia e Paulo Noga. Ambos no Shandong Luneng, Correia e Noga são coordenador de formação de guarda-redes e coordenador de formação, respetivamente.
Dezena já foi ultrapassada Embora atualmente possam ser encontrados, no total, nove portugueses em ação na China, ainda há bem pouco tempo esse número ultrapassava a dezena.
Até maio deste ano, o treinador luso Jaime Pacheco assumiu o comando do outro clube presente em Tianjin, cidade que agora irá acolher Paulo Sousa, o Tianjin Teda. Os maus resultados à frente do clube chinês ditaram o afastamento do treinador que se sagrou campeão nacional com o Boavista na época 2000/2001. Depois de cinco jogos sem vencer, embora tenha garantido o principal objetivo do clube, assegurar a manutenção, tendo terminado no 10.º lugar do campeonato, dois postos acima da zona de despromoção, Pacheco acabou por chegar a acordo para rescindir contrato. Na bagagem levou ainda o adjunto português João Carvalho e o preparador físico António Natal.
Caso Jaime Pacheco continuasse no cargo a próxima época iria contar com um derby bem português pela China…
Cinco meses para recomeçar A bola só voltará a rolar na nova época da Super Liga Chinesa, que tem arranque marcado em março de 2018. O técnico português disse ter “algum conhecimento” sobre a sua nova casa, após revelar que assistiu a 12 jogos da equipa antes de seguir para a China.
Paulo Sousa terá, a partir de agora, cerca de cinco meses para se inteirar de tudo o resto, antes do seu primeiro teste a valer.
Figo com dezenas de colaboradores Mas não é só no futebol profissional que há portugueses. Luís Figo tem várias dezenas de colaboradores a trabalhar na China, em escolas de formação. Rolão Preto é o líder da equipa do internacional português, tendo o Benfica também enviado vários técnicos para orientarem as escolas de formação de novos craques da bola.