Estudo da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) indica que 66% dos dos alunos do 7.º ano do ensino básico reprovaram no ano letivo de 2014/2015 com seis ou mais negativas.
"Se somarmos a estes [66%] os 19% de alunos com cinco negativas, concluímos que uma esmagadora maioria de 85% dos alunos retidos no 7.º ano, o que mostra que existem pouquíssimas retenções 'à tangente'", pode ler-se no relatório.
O relatório acrescenta ainda que a maior percentagem de negativas no 7.º, entre os alunos que não transitaram para o 8.º, são a Matemática, com 95%, seguida do Português com 81% e da Físico-Química com 79%. Do outro lado da lista estão as disciplinas de Educação Física (14%), TIC (22%) e Educação Visual (27%).
A questão da Matemática é a mais problemática. Segundo a DGEEC, apenas 32% dos alunos que ficaram retidos no 7.º ano conseguiram recuperar a negativa no ano seguinte. Inglês e Português são as disciplinas seguintes com 52% e 59% de taxa de recuperação.
Nos 8.º e 9.º ano, o número de alunos a chumbar com seis ou mais negativas desce para 54% e 28%, respetivamente, uma diminuição que poderá ser justificada "pelo progressivo reencaminhamento, ao longo do 3.º ciclo, dos alunos com desempenhos mais baixos para outras modalidades de ensino, como cursos de educação e formação (CEF)", explica a DGEEC.
No total, 49% dos alunos do 7.º ano têm negativas, 51% no 8º ano e 48% no 9.º, sendo que a Matemática 35% dos alunos têm negativa nos 7.º e 9.º anos e 38% no 8.º.
Os resultados dos alunos com apoio financeiro de Ação Social Escolar (ASE) foram também comparados no relatório revelando que 51% dos alunos com negativa a Matemática, têm escalão A, o escalão de apoio mais alto. Segue-se o escalão B, com 39%, e com 25% estão de estudantes sem apoio. A diferença entre escalões mantém-se no 8.º e 9.º anos passando de 53% no escalão A para 30% sem escalão e 49% para 29%, respetivamente.
No que toca às diferenças entre alunos do sexo feminino e masculino a percentagem não é muito díspar, com exceção do Português onde os rapazes mostram ter mais dificuldade dos que as raparigas. No 7.º ano, 25% dos homens têm negativa à disciplina, comparados com 13% das mulheres. A diferença aumenta no 8.º e 9.º, registando o dobro de negativas para os rapazes.
O estudo refere-se apenas a Portugal continental, onde analisou os dados reportados pelas escolas públicas aos sistemas de informação do Ministério da Educação, em 11 disciplinas, Ciências Naturais, Físico-Química, Inglês, Português, Educação Física, Geografia, Língua Estrangeira II (que pode variar entre Alemão, Espanhol e Francês), TIC, Educação Visual, História e Matemática.