O pedido da associação, que é a representante portuguesa da organização não-governamental anticorrupção Transparência Internacional, numa carta enviada ao ministro Tiago Brandão Rodrigues, surgiu na sequência de várias queixas apresentadas por encarregados de educação, relacionadas com a má qualidade das refeições escolares e por, alegadamente, vários alunos terem sido punidos e repreendidos por denunciarem estas condições.
"É absolutamente inadmissível que estudantes que denunciam a péssima qualidade das cantinas escolares sejam castigados por esse serviço cívico", declara, em comunicado, o presidente da Transparência e Integridade, João Paulo Batalha.
Para o presidente este comportamento "equivale a ensinar aos jovens que os cidadãos devem (neste caso literalmente) comer e calar face aos abusos e discricionariedades do poder, como se ainda vivêssemos no tempo da ditadura", refere ainda.
"Os diretores de escola que estão a punir os seus alunos não estão à altura dos cargos que exercem nem têm lugar numa escola democrática, que tanto fala em educar para a cidadania", defendeu o presidente da assiação.
Na carta enviada ao ministro, a associação pediu ainda um esclarecimento sobre a forma como “foram selecionadas as empresas fornecedoras de refeições escolares e que fiscalização é efetivamente feita sobre a qualidade do serviço prestado".
"Só uma destas fornecedoras, a Uniself, já ganhou mais de 310 milhões de euros em contratos para fornecer refeições a entidades públicas, a esmagadora maioria das quais são as escolas a quem confiamos os nossos filhos", afirma também o presidente.
Para João Paulo "é imperativo" que o Governo explique como "são feitos estes contratos e quem controla a qualidade do serviço prestado a troco de tanto dinheiro".