Ministro da Saúde apela ao consenso na criação de plano plurianual

Adalberto Campos Fernandes defende esta segunda-feira o Orçamento do Estado para a Saúde

O deputado do PSD Cristóvão Simão Ribeiro afirma esta segunda-feira que "o Orçamento é de continuidade no endividamento" e acusa os partidos mais à esquerda de serem responsáveis pelas "continuidade do desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, responde com um pedido de consenso para a criação de plano plurianual onde se determine o orçamento para a Saúde.

Os sociais-democratas focaram a sua intervenção no crescimento da dívida do SNS: "é uma dívida que cresça a um ritmo de dois milhões de euros por dia", afirmou Cristóvão Simão Ribeiro, "não sei como é que o senhor ministro consegue dormir descansado". "Serão os seus filhos, os meus filhos e os filhos dos que aqui estão que vão pagar esta dívida que o senhor irresponsavelmente deixa aumentar", afirmou o deputado.

Adalberto Fernandes anunciou que até 31 de dezembro deste ano irá haver um reforço das tesourarias dos hospitais assim como um aumento do capital, sendo que esta última será feita por duas vezes: uma no período indicado e outra já em 2018. "Os primeiros dois anos o investimento foi sobretudo no capital humano", explicou o ministro acrescentando que chegou o momento de melhorar a relação com os fornecedores.

"O país ganharia muito com um acordo que fosse alargado, que projetasse em mais de uma legislatura um consenso alargado", afirmou o ministro da Saúde. Para tal, Adalberto Fernandes anunciou a criação de "uma comissão que possa acolher todas as sensibilidades" dos profissionais da saúde e utentes para que o consenso não tenha uma "abordagem estreita".

A proposta teve o apoio do Bloco de Esquerda, através do deputado Moisés Ferreira, que desafiou o ministro a começar "já em 2018" a discussão necessária. Segundo o deputado, esta proposta serviria "para resolver os problemas de subfinanciamento" do SNS.

Sobre o subfinanciamento, Adalberto Fernandos justificou a situação com "os objetivos gerais" que é preciso cumprir, uma vez que "um orçamento não é um exercício de escolhas onde os setores não estão isolados e que requer equilíbrios" e que "todos os setores têm feito um esforço grande".