O Ministério de Economia e Finanças (MEF) venezuelano revelou que iniciou uma transferência de 199,6 milhões de dólares norte-americanos (172,06 milhões de euros) para pagar juros de títulos de dívida do Estado.
"Foi iniciada a transferência dos juros dos 'Bonos Soberanos' (títulos de dívida estatal) 2019 e 2024, por 199,6 milhões de dólares (172,06 milhões de euros", anunciou o ministério na sua conta do Twitter. O MEF acrescenta que o governo do país "continua a cumprir com os compromissos e ratifica o pedido para renegociar a dívida externa venezuelana".
Numa outra mensagem, o MEF precisa que Caracas pagou mais de 73350 milhões de dólares da dívida externa estatal.
Pouco antes tinha sido a empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) a anunciar o pagamento de juros em falta e de capital de um título da dívida que estava vencido.
"Informamos que já foi executado o pagamento dos juros dos títulos PDVSA 2017 e esclarecemos, perante o mercado financeiro internacional, que o pagamento dos juros do PDVSA 2020 e de capital dos PDVSA 2017 foram realizados com êxito", anunciou a empresa também no Twitter.
Numa outra mensagem, a PDVSA afirma que "as agressões imperiais e a procura de asfixia económica vão ser derrotadas pelo povo venezuelano, com o seu Governo, e pela PDVSA".
Pouco depois e também no Twitter, a atual presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodriguez, questionou: “Que dirão as agências de 'rating' e as corporações mediáticas, que fazem parte do complexo industrial e financeiro internacional?".
O anúncio do pagamento da PDVSA tem lugar depois de várias empresas de análise de risco terem baixado a classificação da Venezuela por alegadamente ter entrado em 'default' seletivo, temendo que possa incorrer em incumprimento geral.
A agência de 'rating' S&P baixou terça-feira a classificação da Venezuela, a longo e curto prazo, para 'default' ou incumprimento seletivo.
Segundo a Standard & Poor’s (S&P) a medida deve-se à falta de pagamento de 200 milhões de dólares de títulos globais, uma vez vencido o período de graça de 30 dias, o que poderá desencadear um incumprimento nos pagamentos da sua dívida externa, nos próximos três meses.
O governo venezuelano diz que a S&P é uma "agente de agressão imperial, protagonista do bloqueio e perseguição financeira contra a Venezuela e criadora de um risco induzido contra o país".