Desde o início de janeiro, a associação recebeu 67 pedidos de apoio, dez dos quais de mulheres, avançou Ângelo Fernandes à Lusa.
"Tivemos vários pedidos de homens que nos procuram porque sentiam que, até agora, não havia um espaço onde pudessem falar abertamente, com confiança e confidencialidade, das experiências que passaram", explicou ainda.
"Um em cada seis homens é vítima de abuso sexual antes dos 18 anos e sabemos que há homens que sofrem em silêncio", esclareceu.
De acordo com o presidente, a "indefinição de abuso sexual" também contribui para este silêncio, uma vez que "muitas pessoas pensam que o abuso sexual tem que ter forçosamente penetração ou violação e que não há outra forma de abuso".
"Enquanto esta visão estreita de abuso for predominante muitas pessoas que foram vítimas, nomeadamente os homens, sentem que não foram vítimas e que por isso não têm legitimidade para procurar apoio", referiu Ângelo Fernandes, ao mesmo tempo que admite acreditar que as denúncias de assédio sexual em Hollywood, motivadas pelas queixas de atrizes, podem agora "encorajar outras vítimas a procurar apoio".