Prometeu e cumpriu. Antes de aterrar no passado fim de semana em Valência, Miguel Oliveira tinha confessado: «Gostava de terminar o mundial com uma vitória». Apesar de já ter garantida, nesta fase, a 3.ª posição final no Mundial de Moto2, a ambição do jovem piloto almadense continuava como se se tratasse da sua primeira prova.
Na 18.ª e última ronda do Campeonato Mundial de Motociclismo, o Grande Prémio Motul da Comunidade Valenciana, o piloto nacional, que se apresenta com o número 44, presenteou (novamente) o público com uma corrida de excelência. Após ter alcançado o quarto melhor tempo da qualificação e, consequentemente, o primeiro lugar da segunda linha da grelha para a última etapa da temporada, o piloto da KTM conseguiu tomar a posição ao espanhol Álex Márquez, e, num golpe de mestre, a seis voltas do fim, ultrapassar aquele que seria coroado campeão mundial: o piloto ítalo-brasileiro Franco Morbidelli.
O astro português seria, desta forma, o primeiro a cruzar a bandeira de xadrez, pela terceira vez consecutiva, com uma vantagem de 2 segundos sobre o segundo classificado.
«Só percebi que tinha ritmo para apanhar o [Franco] Morbidelli quando tive a pista desimpedida à minha frente. Não foi fácil ultrapassar o [Álex] Márquez, mas assim que tive apenas o Franco [Morbidelli] à minha frente percebi que ele não estava a ganhar mais tempo. Pensei que devia manter-me calmo e talvez conseguisse apanhá-lo no final da corrida», confessou o jovem piloto nacional após subir ao lugar mais alto do pódio. «É surreal, não tenho palavras para descrever. Estas últimas três corridas foram incríveis para toda a equipa, estamos muito confiantes para a próxima temporada», acrescentou Oliveira.
Do feito histórico ao hat-trick
Num piscar de olhos: foi desta forma que Miguel Oliveira atestou as três vitórias que permitem, agora, confirmar o seu ano de ouro na categoria intermédia do motociclismo. Da primeira vitória de um português em Moto2 com a sua assinatura, no início de outubro, no circuito australiano de Phillip Island, e com a proeza a ser repetida dias depois na Malásia, o jovem piloto português fecha o campeonato com chave de ouro: um hat-trick de vitórias consecutivas certificado em solo espanhol.
«Sim, não há duas sem três!!!!!!! SIMMMMMMMMMMM», escreveu Oliveira nas redes sociais, num partilha em que exibe uma fotografia com o seu mais recente troféu.
No total das 18 provas que formam o Campeonato do Mundo, o piloto de 22 anos conta com 9 pódios e duas pole positions.
Contas feitas, o piloto luso fecha a temporada com 241 pontos, ou seja, a apenas dois (!!) pontos do segundo classificado, o piloto suíço Thomas Lüthi, sendo o último motociclista com direito a subir ao pódio final.
Com mais um ano de contrato com a atual equipa, a KTM, 2018 deverá servir para confirmar a sua qualidade técnica. A partir daí, ‘só’ faltará a subida à categoria-rainha do motociclismo, o MotoGP. E da sua presença por lá, em 2019, data apontada pelo próprio piloto da Red Bull KTM Ajo, também certamente já ninguém duvida.